A derrota do Flamengo por 2 a 1 para o Fluminense, no clássico desta quarta-feira (19) pela 34ª rodada do Brasileirão, significou mais do que apenas três pontos perdidos. O resultado fez o time rubro-negro desperdiçar uma rara oportunidade de abrir cinco pontos de vantagem na liderança, após o empate improvável do vice-líder Palmeiras contra o Vitória.
Com a vitória garantindo a distância de apenas dois pontos para o Palmeiras, o Flamengo agora enfrenta uma pressão intensa e decisões difíceis para a sequência de jogos, que precede a final da Copa Libertadores no dia 29.
A falta de senso de urgência
Ao entrar em campo sabendo do tropeço do Palmeiras, esperava-se um time agressivo e com foco em resolver a partida rapidamente. No entanto, o que se viu foi o oposto.
- O time foi lento e sem senso de urgência, demonstrando falta de concentração, interesse e seriedade.
- Essa desatenção foi evidente nos dois gols sofridos. O primeiro surgiu após uma cobrança de lateral, com a defesa desatenta na marcação.
- O segundo gol resultou de um erro infantil: o jovem João Victor recuou a bola para o goleiro Rossi, que, ao invés de se livrar dela rapidamente, tentou dominar e acabou se atrapalhando na linha de fundo, cedendo o gol para o Fluminense.
Teimosia tática e falta de mobilização
O desempenho abaixo da média nesta reta final do Brasileirão levanta questões sobre a teimosia tática e a falta de mobilização do time.
- Teimosia nas escalações: A insistência em manter o jogador Lino e a escalação do inexperiente João Victor na defesa, apesar dos desfalques, são apontadas como escolhas arriscadas do técnico Filipe Luís.
- Ritmo e concentração: Chama a atenção a sequência de jogos com ritmo baixo, a desconcentração e os gols “bobos” sofridos, indicando uma falha na preparação mental dos atletas. A importância de cada jogo, não apenas pelos pontos, mas pelo impacto no planejamento futuro, parece não ter sido transmitida com eficácia.
Erros de planejamento e suas consequências
Os problemas do time também refletem erros de planejamento na montagem do elenco, que agora cobram caro na reta final da temporada.
- Carência de centroavante: Com a ausência de Pedro (praticamente fora da temporada), o clube não tem um centroavante reserva minimamente confiável.
- Falta de profundidade na zaga: Houve uma insistência na utilização de apenas três zagueiros principais (Ortiz, Léo Pereira e Danilo) durante todo o ano. Com o melhor zagueiro lesionado e outro convocado, foi necessário recorrer ao jovem João Victor, que havia jogado muito pouco em 2025 por opção do treinador e que teve atuações ruins contra o Sport e o Fluminense.
A diretoria foi criticada por montar um elenco com desequilíbrio (como ter três laterais esquerdos e três pontas esquerdos), mas que foi incapaz de suprir necessidades cruciais, como um reserva para a zaga e o ataque.
O futuro sob pressão
Uma vitória no Fla-Flu teria transformado os próximos dez dias do Flamengo, abrindo caminho para o título. Agora, o cenário é de pressão:
- É obrigatório vencer o próximo jogo no sábado.
- Em caso de bom resultado do Palmeiras, o clube terá que tomar uma decisão difícil sobre poupar ou não o time contra o Atlético Mineiro na próxima terça-feira, a poucos dias da final da Libertadores.
O Flamengo ainda depende apenas de si para ser campeão, mas a irregularidade e a oportunidade desperdiçada geram mais dúvidas do que certezas. O ditado popular se aplica: “O cavalo selado passou e não subimos.” Resta saber se o time terá novas oportunidades para garantir o título.
Resultados dos jogos de ontem (19/11/2025)
- Fluminense 2 x 1 Flamengo
- Grêmio 2 x 0 Vasco da Gama
- Santos 1 x 1 Mirassol
- Palmeiras 0 x 0 Vitória
Jogos de hoje (20/11/2025)
- Juventude x Cruzeiro, às 16:00
- Bahia x Fortaleza, às 18:00
- Corinthians x São Paulo, às 19:30
- Ceará x Internacional, às 21:30
CLASSIFICAÇÃO DO BRASILEIRÃO
Fonte: https://esporte.ig.com.br/jogoajogo/2025-11-20/portas-titulo-flamengo-nao-aproveitou.html
