
O grupo Hamas e Israel concordaram, nesta quarta-feira (8), com a proposta de cessar-fogo mediada pelos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo ex-presidente Donald Trump em sua rede social Truth Social e confirmado por mediadores envolvidos nas conversas no Egito.
Este acordo marca a primeira etapa de um plano de paz mais amplo e tem sido classificado por Trump como “forte, durável e eterno”, com a promessa de que todas as partes serão tratadas de forma justa. O cessar-fogo deve entrar em vigor assim que houver a confirmação final do Hamas.
Detalhes do acordo de paz
O plano proposto pelos EUA é composto por 20 pontos e foi divulgado publicamente por Donald Trump na última segunda-feira (6), ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Os pontos principais da primeira fase do acordo incluem:
- Cessar-Fogo Imediato: Interrupção total das hostilidades.
- Libertação de Reféns: O Hamas se compromete a liberar todos os reféns israelenses, que são estimados em cerca de 48 pessoas, 20 das quais se presume estarem vivas.
- Troca de Prisioneiros: Em troca da libertação dos reféns, Israel liberará prisioneiros palestinos
- Retirada de Tropas: Israel deverá retirar suas forças de uma linha previamente acordada dentro da Faixa de Gaza.
- Governo Temporário: Criação de um governo provisório em Gaza, administrado por tecnocratas palestinos sob supervisão internacional.
- Reconstrução de Gaza: Início do processo de reconstrução da região.
Pontos de divergência e condições
Embora o acordo inicial tenha sido aceito, persistem divergências significativas entre as partes:
- Exigências de Israel e EUA: O plano inclui a desmilitarização total da Faixa de Gaza e a exclusão do Hamas do comando político local.
- Condição do Hamas: Na sexta-feira (3), o grupo aceitou o plano, mas de forma condicional. O Hamas exige garantias concretas do fim permanente da guerra, retirada total das forças israelenses e reconstrução supervisionada por um corpo palestino nacional. O grupo rejeita as exigências de desarmamento e de perda do controle político sobre o território.
O Processo de negociação
As conversas entre Israel e Hamas ocorrem no Egito, com a mediação dos Estados Unidos, Qatar e do próprio governo egípcio. As negociações desta quarta-feira (8) marcaram o terceiro dia de debates, com o chefe da inteligência do Egito se reunindo com Khalil al-Hayya, representante do Hamas, para finalizar os detalhes.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o objetivo de Israel é “trazer todos os reféns para casa”. O governo israelense deverá votar a aprovação do acordo nesta quinta-feira (9).
Repercussão internacional

Líderes internacionais reagiram com apoio ao avanço das negociações:
- O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o Papa Francisco (mencionado no texto original como Papa Leão), em viagem pela Turquia e Líbano, manifestaram apoio aos esforços de paz.
- A Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou o alerta sobre a grave crise humanitária em Gaza, destacando o aumento de casos de desnutrição e de bebês prematuros.
Apesar do progresso, mediadores apontam que questões cruciais permanecem indefinidas, como a futura administração política de Gaza, o financiamento da reconstrução e a questão do desarmamento do Hamas. O esforço dos mediadores é evitar uma aplicação faseada do plano, a fim de garantir sua durabilidade e evitar o fracasso de cessar-fogos anteriores.
Fonte: https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2025-10-08/hamas-israel-cessar-fogo.html