Explosão política: Justiça caça bens, prende vereador e abre crise na Câmara Municipal

Vereador foi suspenso do cargo pela Justiça após a Operação Face Oculta; investigação aponta esquema de desvios e lavagem de dinheiro

Vereador Rosinaldo Ferreira da Silva – Foto: Divulgação

A Justiça do Amazonas determinou o afastamento do vereador Rosinaldo Ferreira da Silva, conhecido como Rosinaldo Bual, da Câmara Municipal de Manaus (CMM) na sexta-feira (3). A decisão ocorreu após a deflagração da Operação “Face Oculta”, que investiga crimes como peculato (desvio de dinheiro público), concussão (exigência de vantagem indevida), lavagem de dinheiro e associação criminosa supostamente praticados no gabinete do parlamentar.

Prisão, afastamento e bloqueio de bens

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) informou que o vereador foi preso preventivamente durante a operação. A Justiça também impôs o bloqueio de bens e valores de Bual para assegurar a reparação de eventuais danos.

O afastamento do cargo de vereador tem duração de 120 dias, porém, sem a interrupção do recebimento de seu salário. A medida, segundo a Justiça, foi adotada para garantir a instrução do processo, evitar intimidação de testemunhas e impedir a continuidade das práticas ilícitas.

Descobertas e provas apreendidas

A Operação “Face Oculta” cumpriu um total de 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão. Durante as buscas, foram inspecionados imóveis ligados a Rosinaldo Bual, incluindo sua residência, um sítio e a casa de sua mãe.

O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado para abrir três cofres, após o vereador se recusar a fornecer as senhas. Dentro dos cofres, foram encontrados:

  • Cheques: Dois cheques de alto valor, um de R$ 240 mil e outro de R$ 330 mil, totalizando R$ 570 mil em quantia sem origem declarada.
  • Arma de Uso Restrito: Na casa da mãe do parlamentar, foi apreendida uma pistola calibre .38, de uso restrito, além de documentos e aparelhos eletrônicos.

O esquema de “rachadinha” e lavagem

As investigações do MPAM apontam que o vereador Rosinaldo Bual teria utilizado o esquema de “rachadinha” em seu gabinete. Entre 40 e 50 assessores teriam sido contratados e exonerados ao longo do atual mandato com o objetivo de desviar parte dos salários.

Segundo o Ministério Público, os servidores eram obrigados a devolver parte de seus vencimentos ao vereador, que supostamente utilizava os valores em operações de lavagem de dinheiro.

Punições a servidores do gabinete

Além do vereador, membros de sua equipe também foram alvo de medidas judiciais:

  • Luzia Seixas Barbosa, chefe de gabinete, foi afastada do cargo pelo mesmo período de 120 dias, sem perda salarial.
  • Os assessores Alex Souza da Silva, Bianca Araújo Dutra, David da Silva Gomes e Rômulo Kayky dos Santos Silva tiveram suspensão das funções com perda de remuneração e também foram alvo de inspeções em seus endereços.

As provas e documentos apreendidos foram encaminhados à perícia para dar continuidade às investigações.

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