EUA x China: escalada de tarifas ameaça colapso comercial mundial

O Ministério do Comércio chinês ainda afirma que a posição do país permanece inalterada, uma vez que as ‘portas continuam abertas para negociações’

Donald Trump e Xi Jinping montagem - Foto: Montagem/CHARLY TRIBALLEAU e Ludovic MARIN / AFP

O presidente Donald Trump anunciou uma tarifa adicional de 100% contra produtos chineses, levando Pequim a responder com sanções e ameaças. A escalada de tensões abala os mercados e coloca em xeque um possível diálogo.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos atingiu um novo e perigoso patamar. O presidente americano, Donald Trump, anunciou na sexta-feira uma tarifa adicional de 100% contra produtos da segunda maior economia do mundo.

A medida colocou em dúvida uma possível reunião entre Trump e seu homólogo, Xi Jinping, e provocou uma resposta imediata de Pequim nesta terça-feira (14).

A resposta dura da China

O Ministério do Comércio chinês deixou clara sua posição:

“Em relação às guerras tarifárias e comerciais, a posição da China continua a mesma. Se quiserem lutar, lutaremos até o fim. Se quiserem negociar, nossas portas continuam abertas”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio.

A partir desta terça-feira, a China impõe tarifas especiais aos navios americanos que entram em seus portos, em retaliação a medidas similares de Washington.

Sanções diretas:

  • O ministério chinês também impôs sanções contra cinco subsidiárias americanas do construtor naval sul-coreano Hanwha Ocean. A acusação é de que a empresa ajudou o governo dos EUA em uma investigação que resultou na aplicação de tarifas a navios operados e construídos pela China.

O motivo da nova escalada americana

As novas tarifas de Trump foram apresentadas como uma resposta à intenção de Pequim de impor restrições às exportações de terras raras. Esses metais são cruciais para a fabricação de baterias, computadores e novas tecnologias de energia, um setor atualmente dominado pela China.

  • Outras Medidas dos EUA: Trump também anunciou que os Estados Unidos vão impor controles de exportação a “todo software crítico” a partir de 1º de novembro.

O porta-voz chinês, por sua vez, argumentou que os controles sobre as terras raras “constituem ações legítimas do governo chinês para melhorar seu sistema de controle de exportações em conformidade com as leis e regulamentos”.

A dificuldade do diálogo

A China criticou a postura ambígua dos Estados Unidos, advertindo que “os Estados Unidos não podem simultaneamente buscar o diálogo e ameaçar impor novas medidas restritivas”.

Apesar da retórica combativa, Trump tentou amenizar a tensão no domingo com uma publicação no Truth Social, afirmando que “tudo ficará bem” e que seu país quer “ajudar” a China.

Impacto no comércio e o panorama atual

Apesar do sombrio panorama comercial, o comércio exterior da China demonstrou resiliência. Em setembro, as exportações chinesas subiram 8,3% em relação ao ano anterior, marcando o ritmo mais expressivo desde março. As exportações especificamente para os Estados Unidos subiram 8,6%, atingindo 34,3 bilhões de dólares.

Regras tarifárias vigentes:

  • Produtos Chineses nos EUA: Atualmente, enfrentam uma tarifa de pelo menos 30% (determinada pelo governo Trump), com acusações de práticas desleais e tráfico de fentanil.
  • Produtos Americanos na China: Em represália, a China impôs tarifas alfandegárias de 10%.

O impacto global das tarifas de Trump está sendo analisado esta semana na reunião semestral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington. A Casa Branca insiste que o efeito das tarifas será positivo para os Estados Unidos a longo prazo.

Fonte: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/china-afirma-que-vai-lutar-ate-o-fim-em-guerra-comercial-com-os-eua.html

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