Escândalo no INSS: senador afirma que luxo de empresário revela “máfia de fraudes”

O presidente da CPMI do INSS afirma que as provas contra Fernando Cavalcanti são ‘robustas e inequívocas’

Presidente da CPMI - INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG) - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do escritório do advogado Nelson Wilians, compareceu à CPMI do INSS nesta segunda-feira, 6, para depor sobre as investigações de fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões.

O depoente é investigado pela Polícia Federal por supostamente ter ocultado veículos de alto valor em shoppings de Brasília, visando evitar a apreensão durante a operação policial.

Indignação da CPMI: suspeita de “laranja”

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reagiu com indignação às explicações de Cavalcanti, classificando os indícios contra ele como “robustos e inequívocos”.

Viana questionou a origem do patrimônio do empresário, que, segundo ele, seria incompatível com seus rendimentos iniciais:

“É impossível que uma pessoa que sai de São Paulo ganhando R$ 5 mil por mês venha para Brasília e amealhe um patrimônio só em carros superior a R$ 20 milhões, uma adega de R$ 7 milhões, imóveis, viagens e toda uma vida de luxos.”

O senador afirmou que as quebras de sigilo bancário e fiscal mostram que Cavalcanti é “apenas uma parte de um esquema maior” de fraudes. Viana foi enfático ao declarar que o empresário é “muito bem demonstrado que ele é um laranja”. Ele salientou que, mesmo que os bens sejam declarados no Imposto de Renda, a origem do dinheiro é inexplicável, indicando a atuação de uma “máfia bilionária”.

A defesa de Fernando Cavalcanti

O empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti em pronunciamento à CPMI do INSS – Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Em seu depoimento, Fernando Cavalcanti negou veementemente as acusações de fraude no INSS e de ocultação de bens:

  • Negação de Fraude: Ele afirmou que a investigação não lhe atribui fraudes no INSS. “A menção a meu nome refere-se exclusivamente à ocultação de veículos de luxo, o que não procede.”
  • Origem dos Veículos: Cavalcanti negou ter escondido a Ferrari de R$ 4 milhões, modelos Mercedes-Benz e uma réplica de carro de Fórmula 1. Ele alegou que os veículos pertencem à sua empresa, estão todos declarados e foram adquiridos de forma lícita, sendo alguns ainda financiados, como a Ferrari, que só será quitada em 2027.
  • Justificativa Ilógica: O empresário argumentou ser “ilógico” esconder bens em locais públicos: “Se eu quisesse esconder meus carros, não os deixaria em um shopping. Isso não faz sentido.”

Suspeita de vazamento de informações

O senador Carlos Viana rebateu a defesa do empresário, apontando para o que ele considera ser evidências de vazamento de informações privilegiadas.

“É muita coincidência que esses veículos tenham sido levados para shoppings um dia antes da operação da Polícia Federal,” analisou Viana.

O presidente da CPMI reforçou a suspeita de que o grupo investigado recebeu informações internas: “Isso confirma o vazamento e mostra que o grupo recebeu informações privilegiadas para tentar esconder o material.” Ele também mencionou que “os principais envolvidos tenham deixado o país poucas horas antes” da operação.

Fonte: https://revistaoeste.com/politica/viana-sobre-ex-socio-de-nelson-wilians-e-impossivel-explicar-tanto-luxo/

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