
O Prêmio Nobel da Paz de 2025, concedido à líder da oposição venezuelana María Corina Machado, gerou controvérsia e resultou no cancelamento da tradicional procissão de tochas e eventos públicos em Oslo. A decisão, tomada pelo Conselho Norueguês pela Paz, rompe uma tradição centenária de celebração.
Na última sexta-feira (24), o Conselho Norueguês pela Paz, um órgão independente do Comitê Nobel, justificou o cancelamento alegando que a homenagem a Machado “não condiz com nossos princípios”.
O motivo central da discordância é o apoio de María Corina Machado a intervenções militares estrangeiras na Venezuela como forma de “salvar vidas”. O Conselho destacou que a dissociação busca manter a “coerência moral” da Noruega diante de controvérsias internacionais, especialmente a guerra em Gaza, e preservar seus “valores pacifistas fundamentais”.
- Importante: O Conselho esclareceu que a medida é um questionamento ao simbolismo da celebração pública, e não à escolha formal do Comitê Nobel. A entrega oficial do prêmio (11 milhões de coroas suecas) está mantida para 10 de dezembro.
O Prêmio e a Controvérsia em Torno da Laureada
A Escolha do Comitê Nobel
O Comitê Nobel concedeu o prêmio em reconhecimento ao “trabalho incansável para promover direitos democráticos na Venezuela” e à sua atuação pela transição pacífica do país.
As posições de María Corina Machado
- Engenheira e ex-deputada, Machado vive em esconderijo na Venezuela após ser impedida de disputar as eleições presidenciais de 2024.
- Ela defende a possibilidade de operações estrangeiras e dedicou o prêmio “em parte ao presidente Donald Trump“, que a parabenizou publicamente e cujo Secretário de Estado a indicou ao Nobel.
- Críticos apontam para a incoerência da premiação, citando que Machado defende intervenções militares e assinou um acordo de cooperação com o partido Likud de Israel em 2020.
Repercussão da premiação
A escolha de Machado dividiu opiniões dentro e fora da Venezuela:
- Oposição (Edmundo González): Classificou a escolha como “um reconhecimento à luta por liberdade”.
- Governo de Nicolás Maduro: Reagiu com hostilidade, chamando a líder de “bruxa demoníaca” e determinando o fechamento da embaixada venezuelana em Oslo em retaliação.
- Casa Branca de Donald Trump: Criticou o Comitê Nobel por “priorizar política sobre paz”, sugerindo que o próprio presidente americano seria mais merecedor.
O cancelamento dos eventos públicos em Oslo, somado às críticas internacionais, reforçou o clima de polêmica, levando analistas a apontarem uma “crise de legitimidade” em torno do Nobel da Paz deste ano.
 
			 
		










