Dólar tem forte alta em meio a temores sobre regra fiscal; Bolsa desaba

Foto: Getty Images | iStock

O dólar comercial teve forte alta de 2,19% e encerrou a segunda-feira cotado a R$ 5,173, em meio a temores e indefinição sobre regra fiscal. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que reúne as empresas mais negociadas, encerrou o pregão em queda de 2,38%, aos 115.342,40 pontos. O volume negociado na bolsa brasileira foi de R$ 31.796.768.849.

Os ganhos de hoje ocorrem depois de, na última sessão, na sexta-feira (4), a moeda norte-americana ter perdido 1,36%, ficando a R$ 5,0524, menor patamar para encerramento desde 29 de agosto (5,0330). No acumulado da semana passada, período que sucedeu a vitória eleitoral de Lula, o dólar despencou 4,71%, maior queda semanal desde o período findo em 29 de julho (-5,91%).

Segundo especialistas, é considerado normal após movimentos expressivos da divisa norte-americana, haver momentos de correção no sentido oposto.

“Os investidores reagiram positivamente à eleição do ex-presidente Lula. Nossa avaliação era que este evento já estava nos preços dos ativos, mas a reação foi um pouco melhor que estávamos esperando”, disse a Genial Investimentos em nota a clientes. “Entretanto… os primeiros sinais da futura política fiscal do governo Lula não são nada promissores”.

A equipe de transição do próximo governo pretende criar uma PEC para garantir uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem às promessas de campanha de Lula, como a manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil e o reajuste real do salário mínimo. Os valores embutidos na PEC ainda não foram definidos oficialmente, mas a expectativa é de que possam superar os R$ 200 bilhões.

Com tais despesas, “teremos um aumento da relação dívida/PIB, aumento do risco fiscal, pressão sobre a taxa de câmbio”, avaliou a Genial, que também citou riscos de aumento das pressões inflacionárias no país.

Lula participa de reuniões com sua equipe de transição nesta segunda-feira, em São Paulo. De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, a equipe de transição do petista convidou Pérsio Arida e André Lara Resende, economistas que ajudaram a desenhar o Plano Real que estabilizou a economia nos anos 1990.

Enquanto isso, no exterior, o clima se mostrava muito mais favorável a ativos arriscados, em meio a esperanças de que a China relaxe restrições de combate a covid-19 e de que as eleições norte-americanas de meio de mandato resultem num Congresso dividido nos Estados Unidos.

Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2022/11/07/dolar-bolsa-de-valores-b3-mercado-financeiro.htm

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