O dólar manteve a tendência iniciada no fim da manhã desta quinta-feira e fechou o dia em alta firme de 1,42%, negociado a R$ 5,1572 no mercado à vista. A moeda operou em queda nas primeiras horas do dia, refletindo o clima mais ameno no exterior, contudo, o movimento se inverteu e o dólar passou a subir com força ante o real, chegando aos 5,17 nas máximas. A inversão foi atribuída a fluxos de saída de capital e também a uma correção do mercado, tendo em vista o forte ganho do real nas últimas sessões.
Na máxima do dia, o dólar comercial foi a R$ 5,1705. Já o dólar futuro para setembro avançou 1,25%, a R$ 5,1890.
Ao fim da sessão, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas, recuava 0,09%, aos 105,10 pontos. Contra outras moedas emergentes além do real, o dólar subia 0,29% ante o rand sul-africano, 0,49% contra a lira turca e 0,25% ante o rublo russo, mas recuava 0,42% ante o peso mexicano.
Pela manhã, o dólar operou em queda não apenas contra o real mas a maioria das divisas globais, após os dados de inflação ao consumidor e ao produtor dos Estados Unidos terem gerado uma percepção de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderia ser menos duro em sua alta de juros. Entretanto, a tendência foi perdendo força lá fora e aqui, onde a moeda passou a subir com bastante força.
O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, pontua que o movimento intenso pode estar relacionado a um “fluxo de saída [de capital] grande através de [pagamento de] dividendos”.
Nesse contexto, desde a virada para a alta, o real passou a ser a moeda com pior desempenho entre as 33 principais divisas globais. O economista da Octante Capital, Antonio Kritsinelis Filho, disse que a performance pior da moeda local frente aos pares ocorreu devido a uma mudança de posicionamento técnico. “Houve alguns fundos que diminuíram sua exposição ao real e até, inclusive, divulgaram isso em suas cartas mensais”, disse.
“O mercado pode ter visto o preço de ontem e hoje como oportunidade para liquidar posições de USD”, disse Fabrizio Velloni, economista chefe da Frente Corretora. Vale lembrar que, na véspera, o dólar encerrou o dia a R$ 5,0848 (-0,86%), mas chegou a cair quase 2% ao longo do pregão, sendo negociado a R$ 5,03 nas mínimas.
Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2022/08/11/dolar-fecha-em-forte-alta-com-movimento-de-saida-de-capital.ghtml