Dólar cai e fecha em R$ 5,455 após nova intervenção do BC; Bolsa sobe 1,29%

Foto: Marcello Casal Jr. | Agência Brasil

O dólar fechou a semana em queda de 1,12% hoje, cotado a R$ 5,455, após uma nova intervenção do Banco Central. Esta é a primeira vez que a moeda americana fica abaixo dos R$ 5,50 desde 6 de outubro, quando foi vendido a R$ 5,486.

Já o Ibovespa teve o melhor resultado do mês até o momento e fechou em alta de 1,29%, aos 114.647,99 pontos, puxado principalmente pela alta de 12,4% em ações do Pão de Açúcar. O grupo anunciou hoje a venda de lojas da rede Extra para o Assaí. A última vez que o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) ficou acima dos 114 mil pontos foi em 23 de setembro (114.064,36).

Com os resultados de hoje, o dólar caiu 1,1% frente ao real desde a semana anterior. O Ibovespa, em contrapartida, subiu 1,61% em relação à última sexta-feira.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

‘Alívio de curto prazo’

O Banco Central fez uma nova intervenção hoje no mercado de câmbio, e vendeu 20 mil contratos de swap cambial tradicional, irrigando o mercado com liquidez extraordinária pelo terceiro dia consecutivo. O diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, de que a autarquia intervirá no mercado de câmbio quando necessário.

Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, explicou em nota que o leilão desta manhã é uma tentativa do Banco Central de suprir a demanda da moeda estrangeira no mercado, e deve fornecer alívio de curto prazo para o real.

Mas “o dólar, pressionado pelo exterior e pelos riscos fiscais domésticos, não se afasta do viés de valorização”, alertou o especialista.

Vários analistas têm alertado para uma tendência global cada vez menos favorável para moedas de países emergentes, à medida que o banco central dos Estados Unidos se aproxima de reverter os estímulos que sustentaram o apetite por risco dos investidores durante a crise da pandemia. A essa perspectiva somam-se temores generalizados de alta da inflação e desaceleração do crescimento global.

Nesse contexto, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tocou uma máxima em cerca de um ano na última terça-feira.

No Brasil, dúvidas sobre a capacidade do governo de respeitar seu teto fiscal rondam os mercados há meses, intensificadas por ruídos sobre possível extensão do auxílio emergencial para a população e pela conta bilionária de precatórios para 2022.

Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, também tem “percepção de pouco governo e planos e muita politicagem”, citando insatisfação com o andamento da agenda de reformas doméstica, cultivo de ambiente irritadiço entre os Poderes e percepção de que o Banco Central não está elevando os juros no ritmo necessário para conter a inflação.

Nesse contexto de “desestruturação”, o “dólar pode ficar sendo ‘mascarado’ com leilões de swaps pontuais ou impontuais”.

Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2021/10/15/fechamento-dolar-ibovespa-15-de-outubro.htm

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