
É natural que os olhos levem alguns segundos para se adaptar ao passar de um ambiente claro para um mais escuro. Esse processo de adaptação envolve a dilatação da pupila para aumentar a entrada de luz, enquanto a acuidade visual e a percepção de cores são reduzidas temporariamente. No entanto, a dificuldade persistente ou significativa para enxergar em ambientes com pouca luz pode ser um sintoma de um problema ocular que exige investigação médica.
O Dr. Marcelo Tanabe, médico oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One, esclarece os principais sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um especialista.
Cegueira noturna (nictalopia)
A nictalopia, popularmente conhecida como cegueira noturna, é um sintoma comum de diversas doenças que afetam a retina, a camada sensível à luz no fundo do olho.
Segundo o Dr. Tanabe, as causas mais comuns incluem:
- Retinopatia diabética: Uma complicação grave do diabetes que danifica os vasos sanguíneos da retina, podendo levar à perda progressiva da visão.
- Retinose pigmentar: Uma distrofia hereditária rara e progressiva que é considerada a principal causa de cegueira de origem genética.
Hipersensibilidade à luz (fotofobia)
Um sintoma oposto à nictalopia, mas igualmente preocupante, é a sensibilidade exagerada à luz, ou fotofobia, que surge de repente. Este sintoma pode estar associado a patologias na córnea, a membrana transparente que recobre a parte frontal do olho.
O oftalmologista explica que a fotofobia pode indicar condições emergenciais:
- Ceratites: Inflamações na córnea.
- Úlcera de córnea: Uma ferida que, geralmente, vem acompanhada de dor intensa, lacrimejamento e visão turva ou embaçada.
Ambas as condições são emergências oftalmológicas e exigem tratamento rápido para evitar danos permanentes e a perda da visão.
Outros sintomas que não devem ser ignorados
Os sintomas oculares nunca devem ser negligenciados, pois podem ser indicadores de problemas mais graves:
- Embaçamento visual: Pode ser um sinal da presença de catarata, uma condição comum que causa a opacificação do cristalino.
- Dor ocular: Pode ser algo simples, como uma alteração na graduação dos óculos, ou indicar uma crise de glaucoma agudo, que é uma emergência médica que exige intervenção imediata para preservar a visão.
Prevenção e uso consciente de telas
Para prevenir doenças oculares, o Dr. Tanabe alerta que é fundamental agendar consultas oftalmológicas regularmente e adotar um estilo de vida saudável.
Um cuidado adicional importante é o gerenciamento do uso de telas (celular, computador e tablet), que pode causar olho seco e fadiga ocular. As medidas preventivas recomendadas são:
- Pausas regulares: Seguir a regra do 20-20-20: a cada 20 minutos de uso de tela, descanse a visão olhando para um ponto que esteja a cerca de 6 metros de distância por pelo menos 20 segundos.
- Lubrificação: Utilizar colírios lubrificantes conforme orientação médica.
- Uso infantil: O acesso de crianças a telas deve ser feito com supervisão e por tempo definido, sendo evitado durante as refeições e próximo ao horário de dormir para não comprometer a qualidade do sono.
Assessoria de comunicação: Sig Eikmeier











