
A Prefeitura de Manaus, através da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), promoveu nesta quinta-feira, 12 de junho, o “Dia D” de Enfrentamento ao Trabalho Infantil. O evento, parte da campanha “O trocado que custa uma infância”, aconteceu no Casarão da Inovação Cassina, no centro histórico da cidade. A cerimônia de abertura, que começou às 9h, incluiu a exibição do vídeo institucional da campanha e discursos de representantes da Semasc, do Ministério Público do Trabalho (MPT-AM), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e da sociedade civil.
O evento também contou com apresentações culturais protagonizadas por crianças acolhidas por instituições da rede de proteção, que emocionaram o público presente ao expressar, por meio da arte, a importância de garantir uma infância plena, protegida e livre de qualquer forma de exploração.
O secretário da Semasc, Saullo Vianna, destaca que dar esmola a crianças ou seus responsáveis, mesmo que sem intenção, incentiva a violação de direitos. Ele explica que a prefeitura oferece programas de apoio e abordagens sociais para que famílias não precisem usar as ruas como fonte de sustento. Por isso, a campanha visa conscientizar a população e fortalecer a rede de proteção social, garantindo o desenvolvimento saudável e digno de crianças e adolescentes.
O “Dia D” marca o início de uma mobilização contínua, que se estenderá até dezembro, com foco especial em períodos críticos, como festas e datas comerciais. A campanha inclui capacitações com comerciantes, oficinas em escolas, mobilizações digitais e ações urbanas, como o “Semáforo da Reflexão”, realizadas em pontos estratégicos da cidade.
A desembargadora do TJ-AM, Joana Meirelles, ressaltou a importância da união entre as instituições públicas e a sociedade civil no enfrentamento ao trabalho infantil, destacando que essa articulação fortalece a rede de proteção e contribui significativamente para a transformação da realidade de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
“A luta contra o trabalho infantil exige um esforço conjunto de todas as instituições dedicadas à justiça e à proteção dos direitos humanos. A articulação com o Tribunal de Justiça do Amazonas, o Ministério Público do Trabalho do Amazonas e a sociedade civil é um passo crucial para construir uma rede forte e eficaz. Unir esses esforços potencializa os resultados e transforma realidades, garantindo uma infância protegida, livre e respeitada por meio da união e da responsabilidade social”, frisou.
A procuradora do MPT-AM, Erika Emediato, salientou que a campanha cumpre um papel essencial na conscientização da sociedade sobre os impactos negativos do trabalho infantojuvenil na saúde física, mental e intelectual das crianças e adolescentes. Ela enfatizou que, embora oferecer dinheiro a crianças em situação de trabalho nas ruas pareça um gesto de solidariedade, na prática, contribui para a perpetuação da exploração.
“Essa campanha é de extrema relevância para sensibilizar a sociedade sobre os prejuízos do trabalho infantojuvenil à saúde de crianças e adolescentes, prejuízos que abrangem aspectos físicos, mentais e intelectuais. Muitas vezes, ao oferecer um trocado, a pessoa acredita estar ajudando, quando, na verdade, está contribuindo para a manutenção dessa prática. Por isso, é essencial que todos compreendam que existem formas mais eficazes de enfrentamento, como o encaminhamento dessas crianças e adolescentes aos programas e serviços ofertados pelo poder público”, concluiu.
Por Igor Costa / Semasc











