
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Núcleo Especializado na Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (Nudcit), realizou uma visita técnica às comunidades indígenas Umariaçu I e II, localizadas em Tabatinga (a 1.108 km de Manaus), nesta quinta-feira (23).
A iniciativa teve como objetivos principais:
- Apresentar e detalhar os serviços da Defensoria Pública.
- Estreitar o diálogo e fortalecer a rede de apoio aos povos indígenas do Alto Solimões.
Inclusão e acessibilidade na língua ticuna
A ação, desenvolvida em parceria com a Funai e o Centro de Acesso a Direitos e Inclusão Social para Povos Indígenas (CAIS Povos Indígenas), surgiu em resposta à constante demanda das comunidades por informações claras sobre o papel das instituições públicas.
Durante a visita, a Defensoria realizou uma apresentação sobre seus principais eixos de atuação: direitos humanos, saúde, educação, família e infância, abrindo um espaço de diálogo sobre as necessidades jurídicas e sociais dos moradores.
Um destaque da ação foi a tradução da cartilha institucional de serviços e da apresentação da DPE-AM para a língua Ticuna.
O defensor público Vinicius Mariani, coordenador da ação pelo Polo de Tabatinga, ressaltou o significado da iniciativa:
“Falar na língua do povo é um gesto de respeito e reconhecimento. Essa tradução simbólica e literal reafirma que todos têm direito de entender e participar da Justiça no seu próprio idioma e a partir de sua própria visão de mundo.”
A defensora pública Luísa Lana, responsável pelo Núcleo da Defensoria em Tabatinga, também acompanhou a atividade, reforçando a importância da aproximação contínua com os povos indígenas da região.
Mapeamento de demandas e futuras ações

A visita técnica deverá contribuir para o fortalecimento da presença da Defensoria nas comunidades e para o mapeamento de demandas que irão orientar futuras ações itinerantes na região, como o projeto “Tá na Área”, focado em atendimentos jurídicos e emissão de documentação civil.
“Levar a Defensoria até o território indígena é reconhecer a importância de ouvir as comunidades em sua própria realidade, respeitando seus saberes e modos de vida. Quando a gente chega para escutar, e não apenas para falar, a Justiça se torna mais próxima e verdadeira”, concluiu Vinicius Mariani.
Sobre o núcleo especializado
O Nudcit é o Núcleo Especializado na Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da DPE-AM. Ele atua de forma especializada e descentralizada, com polos em Alto Rio Negro, Maués, Purus e Alto Solimões, para proteger e promover os direitos desses grupos, garantindo acesso à Justiça e aos direitos territoriais.
Por Aline Ferreira











