
A embaixada dos Estados Unidos no Brasil se pronunciou na sexta-feira (21.nov.2025) sobre a suspensão de tarifas norte-americanas aplicadas a determinados produtos brasileiros. A manifestação ocorreu após o presidente Trump assinar uma Ordem Executiva que modifica o escopo das tarifas recíprocas aplicadas ao Brasil.
A decisão representa um alívio para o agronegócio, mas mantém a pressão sobre a indústria.
Produtos isentos da sobretaxa de 40%
A suspensão da tarifa adicional de 40% atinge principalmente o setor agrícola, revertendo a sobretaxa imposta em julho de 2025. Com isso, estes produtos agrícolas, que antes tinham uma taxação total de até 50% (alíquota-base de 10% + 40% adicional), voltam aos seus níveis normais de importação ou ficam com a alíquota zerada:
- Café e derivados (o café brasileiro, que representa cerca de 34% das importações americanas do grão, era um dos setores mais afetados e teve a sobretaxa retirada).
- Carne bovina.
- Frutas e derivados (incluindo abacate, goiaba, manga, banana, açaí, sucos e polpas de frutas, como a de laranja).
- Cacau e especiarias.
- Chá e mate.
- Vegetais, raízes e tubérculos, castanhas e sementes.
- Petróleo e carvão.
A medida tem efeito retroativo a 13 de novembro de 2025.
Produtos que permanecem taxados em 40%
Apesar da redução para os itens agrícolas, o tarifaço de 40% não foi totalmente eliminado. Cerca de 22% da pauta exportadora brasileira (principalmente produtos industrializados) continua sujeita à sobretaxa.
Os setores que permanecem com a taxação adicional de 40% incluem:
- Calçados.
- Máquinas e motores.
- Móveis.
- Mel e pescados (o setor de pescados, que ficou de fora da isenção, expressou frustração).
- Produtos processados e café solúvel (também não foram incluídos na isenção).
A situação específica do Amazonas
A decisão é majoritariamente positiva para a logística e o comércio exterior do Brasil, mas seu impacto direto na produção amazonense é limitado:
1. Impacto positivo (Logística e commodities)
A remoção das tarifas sobre commodities como cacau, especiarias e, principalmente, petróleo e carvão — produtos movimentados na região, embora o Amazonas não seja o maior produtor — facilita as exportações brasileiras em geral. Isso indiretamente melhora a eficiência logística e reduz os custos de transporte e portuários que operam na região Norte, beneficiando o escoamento geral da produção do estado.
2. Desafio mantido (Indústria da ZFM)
O principal ponto de atenção para a economia do Amazonas é que a suspensão não se estendeu à maior parte dos produtos industrializados e manufaturados. A Zona Franca de Manaus, principal motor econômico do estado, concentra a produção de itens que continuam sujeitos à sobretaxa de 40%:
- Setor industrial: Produtos como máquinas, motores e calçados continuam taxados, dificultando sua competitividade no mercado norte-americano.
- Produtos processados: O café solúvel (industrializado) também permaneceu na lista dos itens taxados.
O governo brasileiro e empresários do Amazonas mantêm o foco em negociar a eliminação das tarifas sobre o restante da pauta, visando proteger a indústria da ZFM.











