
Na reinauguração do Cras Cidade Nova, David Almeida não poupou críticas à ministra Marina Silva, do Meio Ambiente. Disse que o discurso preservacionista dela “não cola no Amazonas” e lembrou que no Acre, onde Marina autorizou asfalto, houve muito desmatamento. “Já aqui, com 96% do território preservado, seguimos “no barro e na lama”. A cobrança foi feita diante de ministros e senadores em tom de recado direto.
BR-319, migalhas e indignação

O professor Marcos Maurício, da UFAM, foi certeiro quanto ao drama do Amazonas com a BR-319: “sempre de pires na mão, à espera de uma migalha para sair do isolamento rodoviário”. Já André Marsílio, da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, lembrou que mais de dez empresas passaram pelo Lote C em 20 anos sem entregar nada. O resultado? Muito dinheiro gasto, pouca fiscalização e pontes que desabaram. Asfalto em conta-gotas e novela sem fim.
Átila pressiona por pescadores

Decano do Congresso Nacional, o deputado federal Átila Lins (PSD-AM) não deixa barato: está na linha de frente da pressão ao relator Carlos Zarattini (PT-SP) para que mude o artigo 71 da MP 1.303/25, que joga nas costas das prefeituras a concessão do seguro-defeso a milhares de pescadores. “As prefeituras não têm expertise para isso”, dispara o deputado. A reunião com Zarattini é nesta terça (30). Tudo ou nada.
Cinegrafista na guerra

O cinegrafista manauara Renato Belém Ramos, 38 anos, largou a câmera para segurar fuzil. Ele está entre os nove brasileiros que embarcam esta semana para lutar na Ucrânia. Pai de dois filhos, já trabalhou em TVs de Manaus. Motivação? Mistura de indignação contra a Rússia e salário de até R$ 18 mil. O risco é claro: já são 28 brasileiros mortos nos combates, segundo estimativas.
Uma vela pra direita, outra pra esquerda

O apoio da Assembleia de Deus ao governador Wilson Lima (UB) para o Senado em 2026 significa mais que promessa de púlpito. O gesto também sinaliza aproximação entre Wilson e Omar Aziz, já que o deputado-pastor Silas Câmara garante estar com ambos. O detalhe: Wilson é bolsonarista de carteirinha, mas parece disposto a relativizar isso em nome do projeto de desembarcar no Congresso Nacional em 2026.
TCU contra a Zona Franca de Manaus

O Tribunal de Contas da União mirou na Zona Franca de Manaus, classificando seus incentivos como “alto risco”. Mas esqueceu de apontar a lupa para renúncias fiscais bem maiores no Sul e Sudeste, como o setor automotivo (R$ 36,4 bi) e o mercado de capitais (R$ 44,5 bi). Aqui no Norte, onde a ZFM garante meio milhão de empregos e preserva a floresta, o tribunal trata como privilégio. Dois pesos, duas medidas.
Federação abortada

É oficial: a federação ensaiada entre MDB e Republicanos morreu antes de nascer. O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, bateu o martelo e descartou de vez a ideia.
O cálculo é político: o MDB tem 12 senadores e 42 deputados, com caciques espalhados por diretórios regionais fortes e heterogêneos. O Republicanos soma 4 senadores e 45 deputados, incluindo o líder da bancada na Câmara, Hugo Motta.
Pereira disse a aliados que não faz sentido se amarrar numa federação que duraria quatro anos e impediria candidaturas próprias, só para “dividir decisão” com um partido cheio de disputas internas.
Do lado do MDB, Eduardo Braga até apoiava a federação, mas já avisava: qualquer decisão sobre 2026 passaria por “disputa interna”. Em resumo: o casamento não foi adiante porque ninguém queria abrir mão de mandar no próprio feudo.