David Almeida e os bastidores do jogo político no Amazonas para além de 2028

Fontes próximas ao prefeito David Almeida afirmam que ele tem observado com cuidado o cenário político para além das eleições de 2026.

Mesmo com a prioridade de apoiar o senador Omar Aziz (PSD) na disputa pelo governo, David estaria mirando mais adiante — 2028 — quando ficará sem mandato.

A meta do prefeito é manter-se no centro da vitrine política do Amazonas, articulando apoios e alianças que o deixem em posição de força para 2030. Nos bastidores, avalia-se que o prefeito não quer correr o risco de se tornar uma figura secundária após o fim do atual ciclo municipal.

Tabuleiro familiar e cálculo político

Daniel Almeida – Foto: Divulgação Assessoria

A movimentação de David Almeida também passa por um cuidadoso desenho familiar. O prefeito quer garantir a reeleição do irmão, deputado Daniel Almeida (Avante), na Assembleia Legislativa (Aleam), e a viabilizar a eleição da filha, Fernanda Aryel, para a Câmara Federal.

A estratégia é considerada um seguro político: manter representantes diretos em esferas diferentes de poder asseguraria proteção e influência ao prefeito após 2028. Com isso, David se manteria forte no jogo, mirando uma candidatura majoritária ao governo do Estado ou ao Senado em 2030.

Manaus ainda insiste no carvão

Foto: Divulgação

Às vésperas da COP30, que será sediada em Belém, o Brasil ainda carrega contradições profundas na área energética.

Enquanto o governo busca se apresentar como líder climático, o país continua subsidiando a geração de eletricidade a carvão — uma das fontes mais poluentes do planeta — e mantém cidades inteiras dependentes de combustíveis fósseis, como é o caso de Manaus, que figura entre os maiores polos urbanos ainda presos a uma matriz elétrica movida a termelétricas a diesel e gás, altamente emissoras de CO₂.

Em 2023, a capital amazonense registrou 7,89 milhões de toneladas de gases do efeito estufa, número próximo ao total emitido por todas as térmicas a carvão do país, segundo dados do SEEG e do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Péssimo exemplo ao país

A contradição da ex-Cidade Sorriso é gritante: mesmo situada em plena, Manaus segue dependendo de um modelo energético poluente, enquanto regiões do Sul ainda recebem subsídios bilionários para manter a queima de carvão, custeada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Especialistas defendem que o Brasil anuncie um plano de eliminação gradual do carvão e acelere a transição energética em cidades como Manaus, que deveriam ser vitrines da energia limpa e descentralizada na Amazônia, mas permanecem com índices alarmantes de emissões.

O desafio é urgente: sem enfrentar essas contradições, o país corre o risco de chegar à COP30 com um discurso verde sobre um chão ainda coberto de fuligem.

Desmatamento apocalíptico

Carlos Nobre – Foto: Divulgação

O cientista climático Carlos Nobre considera insuficiente a meta anunciada pelo governo brasileiro de acabar com o desmatamento ilegal até 2030.

Em entrevista ao programa Roda Viva, o pesquisador disse que o país precisa zerar todo o desmatamento, não apenas o ilegal, se quiser evitar o colapso ambiental.

Ele alerta que a Amazônia está próxima do ponto de não-retorno, em que a floresta não conseguiria mais se regenerar, e que outros biomas, como o Cerrado, a Caatinga e o Pantanal, já dão sinais de degradação avançada.

Risco de savanização preocupa

Foto: Divulgação

Segundo Carlos Nobre, partes da Amazônia, especialmente o Arco do Desmatamento, já teriam ultrapassado o ponto crítico de equilíbrio ecológico. Para o pesquisador, é urgente zerar totalmente o desmatamento e investir em grandes projetos de restauração florestal.

Para ele, a sobrevivência da floresta amazônica está diretamente ligada à estabilidade climática do planeta e a meta atual do governo, embora positiva, não enfrenta a gravidade do problema com a urgência necessária.

Judiciário debate IA e futuro da Justiça

Foto: Divulgação

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) realiza no dia 4 de novembro o II Encontro com Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais sobre Admissibilidade de Recursos, reunindo magistrados, especialistas e representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para discutir o uso da Inteligência Artificial no Judiciário brasileiro.

O evento, presidido pelo ministro Herman Benjamin, busca aprofundar o debate sobre automação e ética no uso de sistemas inteligentes aplicados à análise de recursos nos tribunais superiores.

A iniciativa reforça o esforço de modernização da Justiça, que vê na IA um caminho para agilidade e padronização das decisões, sem perder o olhar humano nas interpretações da lei.

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