
A professora Sonaira Silva, da Universidade Federal do Acre (UFAC), é a vencedora na categoria Ciências da Vida do programa “Para Mulheres na Ciência”. A premiação é promovida pelo Grupo L’Oréal no Brasil, em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
O reconhecimento destaca o trabalho da pesquisadora diante de um cenário crítico: a transformação das queimadas tradicionais de manejo agrícola em incêndios florestais intensos e de difícil controle.
O projeto: monitoramento integrado
A pesquisa de Sonaira propõe uma abordagem inovadora para superar as limitações das ferramentas atuais de detecção, que muitas vezes não conseguem diferenciar uma queimada agrícola de um incêndio florestal. O estudo foca no estado do Acre e combina três frentes de análise:
- Sensoriamento remoto: Uso de tecnologia para mapeamento visual.
- Análise da poluição do ar: Medição dos gases e partículas na atmosfera.
- Inventários florestais: Levantamento de dados em campo.
“Precisamos avançar no conhecimento sobre as múltiplas escalas do impacto do fogo na Amazônia”, alerta a pesquisadora.
O objetivo é entender como o fogo altera o território e fornecer dados para políticas públicas que favoreçam um manejo sustentável, protegendo a economia local (como a produção de madeira e açaí) e a saúde da população.
Trajetória de superação
Natural do interior do Acre, a trajetória de Sonaira reflete a resistência necessária para fazer ciência na região. Sua jornada acadêmica começou com pesquisas em agricultura agroecológica ainda na graduação.
Um dos momentos decisivos de sua vida foi a mudança para cursar Engenharia Agronômica na UFAC, quando precisou deixar sua cidade natal e o filho pequeno. Hoje, como professora da mesma universidade, ela celebra a conquista:
“Ser escolhida entre tantas mulheres brilhantes, sendo uma pesquisadora do interior da Amazônia, é emocionante. Isso mostra que é possível fazer ciência de qualidade em qualquer lugar do Brasil”.
Mulheres na ciência
Sonaira também destaca os desafios de gênero na carreira científica, citando a necessidade de conciliar pesquisa, docência e cuidados familiares. Ela se inspira na própria mãe e em pesquisadoras renomadas, como Ane Alencar e Liana Anderson.
“O protagonismo feminino ainda é um tabu para muita gente. Precisamos ser mais focadas e habilidosas para dar conta de tantas frentes ao mesmo tempo”, afirma a professora, que vê no prêmio um impulso para suas alunas, muitas delas as primeiras de suas famílias a ingressar na universidade.
Sobre o grupo L’Oréal
O Grupo L’Oréal, líder mundial em beleza, atua há 115 anos no mercado e possui um portfólio de 38 marcas internacionais. Em 2024, a empresa gerou 43,48 bilhões de euros em vendas e conta com mais de 90 mil colaboradores globalmente.
A ciência é central na estratégia da empresa, que mantém uma equipe de 4.000 pessoas dedicadas à Pesquisa & Inovação. No Brasil, onde completou 65 anos em 2024, a companhia gerencia 22 marcas, incluindo L’Oréal Paris, La Roche-Posay e CeraVe, reforçando compromissos com sustentabilidade e inclusão através do programa “L’Oréal Para o Futuro”.
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