
Por Ênio Meinen (*)
Na transição para uma economia verde, justa e inclusiva, o sistema cooperativo financeiro mantém-se ao lado de quem realmente faz a mudança acontecer: pessoas, empreendedores e comunidades. Quando o mundo se reúne em Belém do Pará para a COP30, a principal conferência global sobre mudanças climáticas, o cooperativismo brasileiro assume papel de protagonismo. Sob a coordenação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o movimento leva à conferência a força de um modelo econômico que, há décadas, pratica o que o planeta agora exige: desenvolvimento com propósito, prosperidade compartilhada e responsabilidade socioambiental.
Presente em todo o país, o cooperativismo financeiro conhece de perto as realidades, potencialidades e desafios de cada território. Essa capilaridade permite adaptar soluções verdes à vocação de cada região, apoiando desde o agricultor que investe em práticas regenerativas até o pequeno empreendedor urbano que aposta em energia limpa e consumo consciente.
Por atuar onde a economia real acontece, o crédito cooperativo é um motor de desenvolvimento territorial sustentável. Ele dinamiza economias locais, estimula a inovação, promove inclusão produtiva e fortalece vínculos sociais. O cooperativismo financeiro não se limita a oferecer serviços: ele investe em pessoas, na confiança que une e em projetos que geram valor econômico, social e ambiental de forma integrada.
Essa transformação nasce de um modelo que entende que a sustentabilidade não se impõe, ela floresce de dentro para fora, das comunidades para o mundo. Cada cooperado é, ao mesmo tempo, dono e agente dessa mudança. É dessa forma de governar, construída sobre a participação e o compromisso coletivo, que brota a força para impulsionar uma transição verdadeiramente inclusiva, que valoriza o território, as pessoas e o futuro.
Na COP30, o cooperativismo financeiro brasileiro, representado, entre outras, por instituições como Sicoob, Sicredi e Cresol, apresenta ao mundo experiências que revelam o poder da cooperação na construção de um Brasil mais verde, justo e resiliente. São iniciativas que surgem do cotidiano e da escuta ativa, demonstrando como o crédito cooperativo se transforma em oportunidade e gera desenvolvimento sustentável nos territórios.
O movimento chega à conferência com a convicção de que o futuro sustentável não será obra individual, mas fruto de uma escolha coletiva. E é exatamente isso que as cooperativas sabem fazer melhor: unir forças para transformar realidades, começando perto de casa, avançando pela região, cobrindo o país, ultrapassando fronteiras e alcançando o mundo. Porque quando a mudança é coletiva, ela é boa para todos e, por consequência, permanente.
(*) é Diretor de Coordenação Sistêmica, Sustentabilidade e Relações Institucionais do Sicoob










