
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) foi detida pelas autoridades israelenses após integrar uma flotilha que tentava furar o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza. A detenção ocorreu na última quarta-feira, 1º de outubro, no Mar Mediterrâneo, pela Marinha de Israel.
Recusa ao acordo de deportação
No sábado, 4 de outubro, a equipe de comunicação da parlamentar confirmou que Luizianne Lins permanece detida em Ketziot, no Deserto de Neguev, e recusou assinar o documento de deportação acelerada oferecido por Israel.
Segundo sua assessoria, a petista considerou o termo “abusivo” e justificou a recusa como um ato de responsabilidade inerente à sua “trajetória na defesa dos direitos humanos”, entendendo que sua posição ultrapassava sua situação pessoal.
O contexto da flotilha e as controvérsias
A flotilha, liderada pela ativista ambiental sueca Greta Thunberg, alegava ter como objetivo entregar mantimentos à população do território palestino, rompendo o cerco imposto por Israel.
O movimento, contudo, esteve envolvido em polêmicas:
- Conflito Interno: Um dos coordenadores do movimento renunciou após a participação de ativistas do movimento LGBT na viagem.
- Suspeita de Financiamento: Israel divulgou documentos que indicariam o financiamento da iniciativa pelo Hamas, o grupo classificado como terrorista que controla a Faixa de Gaza.
Participação brasileira e greve de fome
A deputada Luizianne Lins não era a única representante brasileira no grupo, que totalizava 14 pessoas. A flotilha é vista pelo governo israelense como uma ação em favor do Hamas. Entre os brasileiros detidos estavam:
- A vereadora Mariana Conti (PSOL-Campinas/SP);
- A presidente do diretório gaúcho do PSOL, Gabi Tolotti;
- O ativista Thiago Ávila.
O portal UOL informou que quatro dos brasileiros presos entraram em greve de fome em protesto contra a detenção: Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles.
A ação do Hamas e a resposta israelense
A ação da Marinha de Israel está ligada ao conflito atual na região, que se intensificou após o ataque do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023. Na ocasião, terroristas deixaram o enclave palestino para assassinar, estuprar e sequestrar civis.
Até a data de ontem, 48 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista ainda permanecem como reféns.
Fonte: https://revistaoeste.com/politica/luizianne-lins-acordo-presa-israel/