Cobertura vacinal contra meningite segue baixa no Brasil e preocupa especialistas

Infectologista alerta para riscos da doença meningocócica e reforça importância da imunização

Foto: Freepik

A meningite meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, é uma infecção grave e potencialmente fatal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pode ser letal em até 50% dos casos não tratados e deixar sequelas permanentes, como perda auditiva e danos neurológicos, em até 20% dos sobreviventes.

No Brasil, os sorotipos mais comuns são B, C, Y e W. A vacinação é a forma mais eficaz de proteção. A infectologista pediátrica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Sylvia Freire, alerta para a gravidade: “A doença meningocócica é uma infecção bacteriana que pode causar meningite e/ou meningococcemia (infecção disseminada), potencialmente muito grave, podendo levar à necrose de extremidades e disfunção de órgãos, além de sequelas como surdez e déficits neurológicos permanentes”.

Sintomas, transmissão e importância da imunização

Os sintomas iniciais da meningite incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez de nuca e vômitos, podendo haver confusão mental. Em casos de meningococcemia, manchas violáceas na pele são um sinal de alerta e indicam necessidade de atendimento médico imediato. “Quando ocorre a meningococcemia, manchas violáceas aparecem na pele, configurando gravidade e necessidade de tratamento imediato para evitar complicações sérias e até mesmo óbito”, reforça Sylvia Freire.

A transmissão ocorre por secreções respiratórias, e pode envolver até mesmo portadores assintomáticos. Por isso, o esquema vacinal é recomendado desde os primeiros meses de vida, com reforços ao longo da infância e adolescência. “O esquema vacinal deve começar aos três meses de idade com nova dose dois meses depois e reforços entre 12 e 15 meses, 5 anos e 11 anos. Também devem ser vacinados adolescentes e adultos que não receberam o imunizante na infância, além de viajantes para áreas de risco e pessoas com condições que aumentam a vulnerabilidade, como doenças imunossupressoras ou ausência do baço”, complementa a médica.

Apesar da comprovada eficácia, a cobertura vacinal contra meningite no Brasil está abaixo da meta. Dados do Ministério da Saúde revelam que apenas cerca de 31% dos adolescentes de 11 a 12 anos receberam a dose de reforço da meningocócica ACWY em 2020 e 2021. Entre os bebês menores de um ano, a taxa caiu de 91,7% em 2016 para 70,9% em 2021. Esse cenário acende um alerta urgente sobre a necessidade de maior conscientização e acesso à proteção contra formas graves da doença.

A enfermeira Jéssica Paulino, responsável pelo serviço de vacinas do Sabin em Manaus, destaca o impacto da imunização no controle da doença: “A vacinação é a forma mais segura e eficaz de prevenir surtos e proteger a saúde da população. No Sabin, oferecemos um atendimento humanizado, com recursos para minimizar a dor e até certificado de coragem para as crianças, tornando o momento da vacinação mais leve e acolhedor”.

Para facilitar o acesso, a vacina também pode ser adquirida no site do Sabin, com opção de aplicação domiciliar.

Repercussão Assessoria

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