
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) avalia que o impacto direto da nova tarifa anunciada pelo governo dos Estados Unidos sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM) tende a ser reduzido, com efeitos mais relevantes nas importações do que nas exportações.
De forma geral, o Brasil exporta cerca de US$ 40 bilhões anualmente para os EUA. São Paulo é o principal estado exportador, com US$ 13 bilhões. O Amazonas, por sua vez, ocupa a 18ª posição, com exportações que somam aproximadamente US$ 99 milhões. Esse dado demonstra uma baixa dependência do mercado norte-americano no contexto do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Portanto, o impacto nas exportações da ZFM tende a ser limitado e gradual, dada a pouca representatividade dos EUA como destino das vendas externas da região.
Impacto nas importações pode ser maior
Por outro lado, o efeito sobre as importações pode ser mais sensível. O Polo Industrial de Manaus importa de forma significativa insumos provenientes dos Estados Unidos, especialmente para o setor termoplástico. Em 2024, por exemplo, foram importados aproximadamente US$ 600 milhões em polímeros, que são essenciais à cadeia produtiva local.
Caso o Brasil decida adotar medidas de retaliação comercial, isso poderá afetar as tarifas de importação, gerando um impacto direto no custo dos insumos e, consequentemente, na competitividade das indústrias instaladas na Zona Franca. É nesse cenário que o modelo ZFM evidencia sua relevância estratégica, ao proporcionar vantagens comparativas que compensam, em parte, as distorções provocadas por medidas protecionistas externas.
O CIEAM seguirá monitorando a situação e reforça a importância de uma atuação coordenada entre o setor produtivo e o governo brasileiro para proteger os interesses da indústria nacional e preservar os avanços conquistados pelo modelo ZFM ao longo de décadas.