
A Casa Cultural Ayédùn abre as portas nesta quinta-feira (20/11) para a exposição “Eleri-Ipin: A testemunha do destino”, uma celebração do Dia da Consciência Negra. Com entrada gratuita, a mostra convida o público a um profundo mergulho no universo do Culto Tradicional Yorùbá, com foco em Orunmilá-Ifá, o Orixá da sabedoria, da adivinhação e do destino.
O evento de abertura, que integra as iniciativas da Casa Cultural Ayédùn e da Ilé Àṣẹ Ayédùn, visa fortalecer a circulação de saberes ancestrais e ampliar o acesso a ações educativas e artísticas na cidade. O encerramento da noite será marcado pela apresentação musical da banda GingaMandinga.
Reflexão sobre destino e ancestralidade
A proposta central da exposição é incentivar a reflexão sobre a ancestralidade, as escolhas, os caminhos espirituais e as forças que guiam o destino de cada indivíduo. A mostra busca destacar a importância da educação, da memória e do fortalecimento cultural.
Segundo a Ìyálorixá Ayédùn, responsável pela curadoria e presidente da casa cultural, a exposição reafirma o compromisso da instituição com a formação cultural e com o combate à intolerância religiosa.
“Esta exposição marca mais um passo importante na missão da Casa Cultural Ayédùn de se afirmar como um lugar de memória, educação e preservação das tradições africanas. ‘Eleri-Ipin’ nos chama a refletir sobre o nosso próprio destino, sobre a força da criação que nos cerca e sobre a disciplina necessária para manifestar nosso Axé”, destacou a Ìyálorixá Ayédùn.
Artistas e obras inéditas inspiradas em ìtàn
A exposição conta com quatro artistas visuais que apresentam obras inéditas, criadas especialmente para o evento e inspiradas em diferentes ìtàn (narrativas sagradas yorùbá):
- Ajê – “Ìyá mi Odùlógbòjé”: A artista apresenta ilustrações animadas inspiradas no ìtàn das Ìyàmí Oxorongá. A obra retrata a travessia mítica das antigas feiticeiras, destacando sua força ancestral, a relação com as árvores sagradas e sua presença que governa e protege. A criação exalta o poder feminino primordial.
- Cris Ifatayó – A amizade sagrada entre Orunmilá e Exu: Sua obra reconta visualmente os contos sobre a lealdade entre Orunmilá e Exu. Cris enfatiza a sabedoria que surge da paciência, dos movimentos da vida e das relações que nos dão suporte nos momentos de encruzilhada.
- Gabi Loys – “Otutu Opon”: A obra traduz o ìtàn em que Ifá orienta seus devotos a usarem o Otutu Opon, pulseira ou colar que simboliza proteção e longevidade, impedindo que Ikú (a morte) leve alguém antes da hora. A tela aborda o mistério da iniciação e o amparo espiritual na jornada do destino.
- Ìyálorixá Ayédùn – “Os meus mais velhos”: A curadora também expõe uma pintura que celebra a ancestralidade, o propósito e as raízes. A obra fala sobre amparo e família espiritual, honrando aqueles que vieram antes e sustentam o caminho dos que seguem no Aiyê.
Programação de abertura
A abertura da exposição “Eleri-Ipin: A testemunha do destino” está organizada para começar no final da tarde, seguindo o seguinte cronograma:
- 18h: Recepção e acolhimento do público.
- Saudação ritualística: Será conduzida uma saudação ritualística tradicional yorùbá pela Ìyálorixá Ayédùn.
- Discurso: Segue-se um discurso sobre a importância da memória ancestral, da preservação da cultura Yorùbá e da luta contra a intolerância religiosa.
- Apresentação da exposição: Serão explicados o tema central, relacionado a Ifá-Orunmilá, e os pontos altos da curadoria.
- Atrações artísticas: Após a abertura formal, o público será convidado a permanecer para o show de encerramento com a banda GingaMandinga.
Serviço
- Exposição: “Eleri-Ipin: A testemunha do destino”
- Realização: Casa Cultural Ayédùn
- Curadoria: Ìyálorixá Ayédùn
- Local: Casa Cultural Ayédùn / Bar Encruzilhada – Rua Ferreira Pena, 145, Centro, Manaus.
- Data e hora: Quinta-feira, 20 de novembro, a partir das 18h.
- Entrada: Gratuita
Assessoria de comunicação: Luiggi Bacelar











