Caribe em alerta: enquanto redes inventam, EUA e Venezuela escalonam tensão

Nicolás Maduro - Foto: Jesus Vargas/Getty Images

Circulam nas redes sociais informações infundadas de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, estaria negociando uma fuga para a Rússia mediante a entrega de aliados e segredos de estado. A apuração dos fatos, no entanto, aponta para um cenário diferente: a consolidação de uma aliança militar com Moscou para resistir à pressão dos Estados Unidos.

O boato da delação

Não há qualquer registro oficial, discurso ou documento que comprove que Maduro tenha ameaçado “entregar todo mundo” em troca de asilo. Especialistas em política internacional e agências de verificação indicam que tais narrativas, muitas vezes impulsionadas por inteligência artificial, tratam-se de desinformação (fake news).

A relação entre Caracas e Moscou não é de fuga, mas de sustentação. Historicamente, a Rússia tem atuado para manter Maduro no poder, e não para facilitar sua saída ou delação. Em episódios anteriores de crise, o Kremlin chegou a aconselhar o líder venezuelano a permanecer no cargo diante de tentativas de levante.

A pressão real: Operação Lança Sul

Enquanto os boatos desviam a atenção, a tensão real acontece no Mar do Caribe. Os Estados Unidos intensificaram a presença militar na região através da “Operação Lança Sul”. Oficialmente voltada ao combate ao narcotráfico, a movimentação é interpretada pelo governo venezuelano como um prelúdio para uma intervenção militar.

Washington tem aumentado o cerco sob a acusação de narcoterrorismo contra a cúpula chavista. Há relatos de que opções de ataques estratégicos foram discutidas pela Casa Branca, embora o discurso oficial ainda alterne entre a ameaça de força e a possibilidade de diálogo.

A resposta da Venezuela

Diante da escalada, Nicolás Maduro acionou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), alegando que o objetivo final dos Estados Unidos é assumir o controle das reservas de petróleo venezuelanas, as maiores do mundo.

O governo chavista reforçou a retórica de resistência, classificando as ações americanas como colonialistas e reafirmando que conta com o apoio estratégico e militar da Rússia para defender sua soberania, desmentindo na prática qualquer intenção de rendição ou fuga negociada.

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