
Uma troca pública de críticas entre autoridades brasileiras e portuguesas marcou as relações bilaterais, desencadeada por declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sobre o sistema de imigração em Portugal.
O ministro Gilmar Mendes concedeu uma entrevista à CNN Portugal em Lisboa, durante o Fórum para o Futuro da Tributação. O ministro levantou preocupações sobre a situação dos brasileiros que vivem em Portugal, classificando os serviços de imigração portugueses como “desorganizado e caótico”.
A crítica se baseou em relatos de falhas administrativas que estariam gerando insegurança para os brasileiros. Mendes citou o exemplo de imigrantes que receberam, simultaneamente, uma ordem de deportação e um documento que comprovava sua regularidade. O magistrado defendeu que a solução urgente desses problemas era fundamental para preservar a boa relação entre os dois países e evitar atritos diplomáticos.
A reação portuguesa: Pedro dos Santos Frazão (Chega)
Um juiz brasileiro, Gilmar Mendes, vem insultar Portugal!? “Caótico” é o Brasil das favelas e onde a justiça liberta corruptos e criminosos todos os dias. Portugal recebe não lições de quem devia pôr ordem na sua própria casa!
🇵🇹 Portugal é soberano e não aceita sermões de… pic.twitter.com/Syitqv7a4d
— Pedro dos Santos Frazão (@Pedro_Frazao_) October 4, 2025
A resposta à crítica veio por meio do vice-presidente do partido de direita Chega, Pedro dos Santos Frazão. O político português condenou as falas do magistrado brasileiro nas redes sociais, classificando-as como ofensivas.
Frazão questionou a autoridade de um juiz brasileiro para fazer críticas, atacando diretamente a situação interna do Brasil: “‘Caótico’ é o Brasil das favelas e onde a Justiça liberta corruptos e criminosos todos os dias.” O dirigente do Chega reforçou a soberania portuguesa, repudiando o que considerou ser uma intervenção, e afirmou: “Portugal é soberano e não aceita sermões de brasileiros próximos de Lula!”.
A essência do conflito
O embate expôs tensões entre as autoridades dos dois países. Enquanto Gilmar Mendes buscou alertar sobre problemas burocráticos e administrativos que afetam cidadãos brasileiros, o político português do Chega interpretou a fala como um insulto e uma interferência inaceitável na soberania de Portugal, rebatendo com críticas diretas ao sistema de justiça e à situação social do Brasil.