
O câncer de cólon e reto está entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil. No tratamento de tumores localmente avançados, um novo estudo sugere que a imunoterapia, aplicada antes da cirurgia, pode ser uma estratégia superior à quimioterapia para um grupo específico de pacientes.
Cerca de 15% dos cânceres de cólon em estágio avançado apresentam uma condição chamada instabilidade de microssatélite (MSI). Essa alteração genômica, causada pela dificuldade das células em reparar o DNA, está ligada a uma resposta menos eficaz à quimioterapia tradicional.
Os resultados promissores da imunoterapia
Os achados foram apresentados pela professora Jenny Seligmann, da Universidade de Leeds (Reino Unido), na 41ª Conferência da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica (ESMO), em Berlim, na Alemanha.
A professora Seligmann e sua equipe compararam os resultados de dois estudos clínicos importantes que avaliaram diferentes abordagens pré-cirúrgicas em pacientes com essa neoplasia: o FOxTROT, que analisou a eficácia da quimioterapia, e o NICHE-2, que testou a imunoterapia.
Os resultados foram notáveis: em três anos, a sobrevida livre da doença foi de 100% em pacientes que receberam a imunoterapia (no estudo NICHE-2) e de 80% em pessoas que passaram por quimioterapia (no estudo FOxTROT).
O estudo NICHE-2 testou o uso dos imunoterápicos nivolumabe/ipilimumabe antes da cirurgia em 115 pacientes com a deficiência de reparo de DNA.
Evolução em estudo, não um novo padrão
Embora a sobrevida livre da doença com a imunoterapia tenha alcançado 100% neste grupo de pacientes, especialistas alertam que a descoberta ainda não é um padrão consolidado.
O médico Frederico Müller, da Oncologia D’Or e especializado em câncer gastrointestinal, comenta:
“Por enquanto, não se trata de um novo padrão consolidado, mas de uma evolução em estudo, com resultados iniciais muito positivos. A decisão terapêutica deve ser individualizada, considerando o perfil molecular do paciente, o estágio clínico e a disponibilidade dos protocolos”, afirma Müller.
O estudo original FOxTROT (que avaliou 185 pacientes com a deficiência) comparou a quimioterapia antes da cirurgia com a quimioterapia pós-operatória. Já o NICHE-2 focou no uso da imunoterapia com excelentes resultados preliminares.
Oncologia D’Or
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