CAE da ALEAM aprova parecer de Wilker Barreto pela reprovação das contas do Governo do Amazonas de 2017

Deputados da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da ALEAM em reunião para análise e votação do parecer sobre as contas do Governo do Amazonas - Foto: Divulgação

Relatório aponta irregularidades graves nas gestões de José Melo, David Almeida e Amazonino Mendes; com a morte de Amazonino e cassação de Melo, atual prefeito de Manaus pode ser afetado e até ficar inelegível.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) aprovou, nesta quarta-feira, o parecer do deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) que recomenda a reprovação integral das contas do Governo do Estado referentes ao exercício de 2017. O documento segue agora para votação em plenário.

O relatório abrange as gestões dos ex-governadores José Melo de Oliveira, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico, David Almeida, então governador interino e atual prefeito de Manaus, e Amazonino Mendes, que assumiu o Estado após eleição suplementar e faleceu em 2023.

Com a morte de Amazonino e a cassação de Melo, o foco político e jurídico recai agora sobre David Almeida, que pode ficar inelegível caso o plenário da ALEAM confirme o parecer de Wilker Barreto e os órgãos de controle — como o Ministério Público de Contas, a Procuradoria-Geral de Justiça e o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) — adotem as medidas recomendadas.

“Este parecer não tem viés político, e sim técnico e constitucional. As irregularidades constatadas são graves e ferem princípios basilares da administração pública. O Parlamento tem o dever de julgar com base na lei e na transparência”, destacou Wilker Barreto.

Irregularidades insanáveis

Membros da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) reunidos. – Foto: Divulgação

O relatório da CAE aponta irregularidades insanáveis nas três gestões de 2017, incluindo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, uso irregular de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) em substituição a licitações, pagamentos fora da ordem cronológica, má gestão de recursos do FUNDEB, não aplicação do mínimo constitucional de 25% em educação, além de descumprimento de decisão cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e gastos com publicidade institucional em período eleitoral.

Entre os pontos mais críticos, o parecer destaca que, durante a gestão interina de David Almeida, houve a realização de publicidade institucional em período vedado pela legislação eleitoral, o descumprimento de decisão do TCE-AM, e uma desapropriação de R$ 10,5 milhões, considerada irregular e desproporcional diante da crise fiscal do Estado à época.

“O parecer é fruto de análise minuciosa e embasada em documentos oficiais. Trata-se de um compromisso com o controle público e com o contribuinte amazonense. O dinheiro público precisa ser tratado com seriedade”, afirmou Wilker .

Inelegibilidade

O documento aprovado pela CAE prevê a remessa de cópias à Procuradoria-Geral de Justiça, ao Ministério Público de Contas e ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, conforme o artigo 1º, inciso I, alínea “g”, da Lei Complementar nº 64/1990, para as providências cabíveis — o que pode incluir processos de responsabilização e inelegibilidade.

O parecer segue agora para deliberação em plenário, etapa decisiva em que os deputados estaduais julgarão as contas do exercício de 2017, conforme estabelece o artigo 28, inciso XII, da Constituição do Estado do Amazonas.

“Nosso voto é pela reprovação integral das contas de 2017. O Amazonas precisa de seriedade e respeito com o erário. O Parlamento não pode fechar os olhos para irregularidades tão graves”, concluiu Barreto.

A reunião desta quarta da CAE foi presidida pelo deputado Carlinhos Bessa.

PARECER CAE – PRESTAÇÃO DE CONTAS 2017

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