
Moradores do Distrito de Realidade podem realizar novo bloqueio parcial na BR-319 nesta quarta-feira (11/12), ao meio-dia.
Há motivo de sobra. As máquinas do DNIT sumiram do trecho entre o km 30 e o km 130, justamente o pedaço mais crítico ou, como dizem os motoristas no grupo Na Guerra pela BR-319 no Whatsapp, “o trecho que parece que saiu de um filme pós-apocalíptico”.
A comunidade deu prazo ao DNIT para que os maquinários retornem em caráter emergencial. E o prazo vence agora.
Enquanto isso, carros pequenos, grandes, ônibus, caminhões e até a fé do motorista sofrem com buracos intermináveis e atoleiros dignos de prova de rally, tudo isso na plena temporada de inverno amazônico, quando a BR vira uma aventura que ninguém quer viver.
Deputados descem o porrete

O sofrimento dos moradores do Distrito de Realidade finalmente ecoou onde precisava: na Assembleia Legislativa do Amazonas, ontem. E não foi eco fraco, foi pancadaria política verbal.
Os deputados Delegado Péricles, Dan Câmara, Adjuto Afonso e Daniel Almeida subiram à tribuna e detonaram o Governo Federal pela situação vergonhosa da BR-319.
Segundo os parlamentares, o abandono do trecho é tão escandaloso que nem precisa mais de discurso. Basta olhar os buracos, os atoleiros e a ausência total de máquinas do DNIT para entender.
Reconstrução de pontes

Furiosos na Aleam, os parlamentares cobraram a reconstrução das pontes que desabaram há três anos na BR-319 e até hoje seguem lá, como monumentos à incompetência. Três anos se passaram, um tempo que dava para o governo Lula construir um shopping na área se quisesse.
Os deputados exigiram providências imediatas, chamaram atenção para o risco à vida de quem trafega pela rodovia e lembraram que o Amazonas não pode ser tratado como rota opcional.
Arthur Neto vira chacota

Se tem coisa que a internet não perdoa é mudança brusca de rota, principalmente quando a guinada é de 180 graus e ainda escorrega na ironia involuntária.
O ex-senador Arthur Virgílio Neto, o mesmo que na pandemia chamou Jair Bolsonaro de irresponsável, criticou sua condução da covid-19 e chegou a mover ações contra ele, agora resolveu pedir ao ministro Alexandre de Moraes que o ex-presidente seja transferido do presídio para prisão domiciliar.
Em 2021, o mesmo Bolsonaro chamou Arthur de “merda”.
Miguel de Unamuno

Para completar o folclore político, Virgílio ainda fez uma comparação filosófica com Miguel de Unamuno no Facebook tentando argumentar que prisão não deveria ser “humilhação”. O resultado? Internet em chamas.
Um festival de deboche nas redes: “Piscou e já virou cabo eleitoral do sujeito que te xingou.” “Forçou a barra até quebrar ao comparar Bolsonaro com Unamuno”.
A internet ainda lembrou tudo: as brigas públicas, os processos, os ataques mútuos…
E concluiu: se existe “memória seletiva”, alguém ativou o modo turbo.
Alerta depois dos desastres


A forte chuva de domingo (7) em Manaus trouxe ventos de 55 km/h, árvores arrancadas, telhados voando, ruas alagadas e muita gente tentando entender o que aconteceu.
E foi justamente aí que veio o alerta da Defesa Civil: depois do temporal, das quedas de árvores, dos destelhamentos… o aviso chegou. Ou seja, o alerta alertou sobre algo que já tinha acontecido.
Nas redes sociais, internautas ironizaram: “Se continuar assim, daqui a pouco a Defesa Civil de Manaus vai avisar a chegada da enchente de 2012”. “Alerta de prevenção? Só se for de prevenção ao susto, porque o aviso chega quando o vento já levou metade do bairro”, escreveram nas redes.
Os dados mostram que o temporal foi pesado: 15 quedas de árvores, seis alagações, destelhamentos, erosões, energia indo embora, tudo muito real, muito imediato, e os alertas, como sempre, muito atrasados.
IA de olho no pirarucu amazônico

A pesquisa sobre o maior peixe da Amazônia ganhou um aliado gigante: a Inteligência Artificial.
A Embrapa, em parceria com a UFMG, adaptou técnicas usadas para roedores e criou um sistema que monitora o pirarucu por vídeo, rastreando seus movimentos, comportamento reprodutivo e até formação de ninhos, tudo sem depender do olhar humano, que o peixe percebe e altera seu comportamento.
Com 12 câmeras filmando das 6h às 18h, a IA identifica cada subida do peixe à superfície, comportamento essencial para entender quando vai formar ninho e quando os alevinos precisam ser coletados rapidamente, evitando perdas que hoje são grandes.
É ciência, tecnologia e Amazônia nadando juntas.
Aumento da produção

A inteligência artificial usada pela Embrapa promete revolucionar a criação do pirarucu.
Além de prever o momento da reprodução, a IA deve permitir, já a partir de 2026, coletar automaticamente dados de saúde, deslocamento, interação e eficiência alimentar, substituindo observação humana por dados padronizados.
No futuro, a tecnologia poderá calcular biomassa dos peixes apenas por fotos, usando redes neurais profundas capazes de “aprender” padrões complexos.
Para uma espécie que pode passar dos 100 quilos, isso significa precisão, produtividade e menos perda para os criadores.
A tecnologia chegou ao viveiro e o pirarucu entrou oficialmente na era digital.











