Autônomos adotam seguro de vida como estratégia de proteção e planejamento

O especialista em seguros Gustavo Queiroga orienta que o valor é adaptado à realidade do autônomo

Especialista em seguros, Gustavo Queiroga – Foto: Divulgação

No Brasil, com mais de 40 milhões de trabalhadores autônomos e informais, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o seguro de vida ainda é um tema pouco explorado por quem atua por conta própria. Diferente dos planos coletivos oferecidos por empresas, o seguro individual para autônomos se destaca pela alta capacidade de personalização e tem se consolidado como uma alternativa essencial para a proteção financeira e familiar.

Gustavo Queiroga, especialista em seguros, detalha o funcionamento e as vantagens dessa modalidade, especialmente no planejamento financeiro e na proteção patrimonial de indivíduos e famílias.

“Enquanto empresas contratam seguros padronizados, muitas vezes sem considerar as particularidades dos funcionários, o profissional autônomo tem a chance de criar um plano sob medida, adequado à sua renda, estilo de vida e responsabilidades familiares. O autônomo paga por um seguro que é dele, com preço ajustado à sua realidade. Em síntese: o seguro é dele e ele faz a gestão da apólice”, explica Queiroga.

A principal diferença reside na autonomia para definir coberturas que realmente façam sentido para o momento de vida do segurado, algo raramente possível em seguros coletivos.

Três modelos de cobertura essenciais

De acordo com o especialista, há três modelos principais de cobertura mais comuns entre os autônomos:

  • Seguro em Vida: Destinado a quem depende exclusivamente da própria força de trabalho e não possui dependentes. Oferece proteção em casos de invalidez, doenças graves ou internações.
  • Seguro Híbrido (Vida + Morte): Recomendado para quem tem filhos, cônjuges ou outros dependentes. Combina coberturas em vida com proteção financeira à família em caso de falecimento.
  • Seguro Exclusivamente por Morte: Embora ainda seja utilizado, está em declínio. Esse tipo não cobre eventos como doenças ou acidentes que não resultem em óbito, o que reduz sua utilidade prática.

Como calcular o valor ideal da apólice

Não existe uma fórmula pronta para definir o valor ideal da apólice. O cálculo é feito a partir de uma análise detalhada do perfil do segurado, envolvendo renda, despesas mensais, número de dependentes, saúde, patrimônio e planos futuros.

“Muitos autônomos não sabem quanto custa ficar um dia sem trabalhar ou quanto tempo levaria para se recuperar de uma doença grave. Essas respostas ajudam a definir o capital segurado necessário. A idade e o estado de saúde do segurado também influenciam diretamente no custo final da apólice”, afirma Queiroga.

Profissões de risco exigem atenção

Embora não existam seguros exclusivos para categorias como motoristas de aplicativo ou profissionais da saúde, é possível adaptar as coberturas de acordo com os riscos envolvidos na atividade.

“Cada profissão tem suas particularidades. Cabe ao especialista compreender esses detalhes para oferecer um seguro personalizado”, destaca Queiroga.

Superando as barreiras de acesso

Um dos principais desafios para quem atua por conta própria é encontrar tempo e orientação especializada para contratar o seguro adequado. Muitos ainda associam seguros apenas às ofertas bancárias e acabam contratando planos sem personalização, apenas por conveniência.

“Gerentes de banco são especialistas em crédito e investimentos, mas não em seguro de vida. O ideal é procurar um profissional independente, que foque em planejamento e não em venda de produtos”, aconselha Queiroga.

Individual ou ampliado?

A escolha entre seguro individual ou ampliado depende do perfil do segurado. Profissionais solteiros e sem dependentes tendem a buscar proteção para si próprios. Já aqueles que sustentam financeiramente outras pessoas devem optar por um modelo ampliado, que contemple tanto proteção em vida quanto amparo para os dependentes.

O processo de adesão é simples, desde que o segurado esteja em boas condições de saúde. São exigidos apenas documentos básicos, como RG, CPF, endereço e e-mail. Em alguns casos, especialmente quando há doenças preexistentes ou ocupações de risco, o processo pode incluir uma análise médica complementar.

É importante ressaltar que, embora não substitua um plano de saúde, o seguro de vida pode oferecer cobertura para eventos como internações, cirurgias ou diagnósticos de doenças graves. A diferença é que o valor recebido é uma indenização, ou seja, o segurado decide como utilizar os recursos.

“O seguro possui coberturas que indenizarão o segurado em caso de internação, cirurgias, entre outros. Mas o valor não precisa ser usado exclusivamente com despesas médicas. Cabe ao segurado decidir como utilizar a quantia”, conclui o especialista.

Por Luana Dávila | LD Comunicação

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