
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, apresentou a grave situação enfrentada pelo setor de ar-condicionado da Zona Franca de Manaus (ZFM) durante a reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada hoje (30 de setembro) em Brasília. O encontro contou com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
O problema central é o desabastecimento de compressores produzidos no Brasil, peça essencial para a produção de aparelhos de ar-condicionado.
Insegurança jurídica e obrigatoriedade do PPB
Atualmente, o Processo Produtivo Básico (PPB) obriga as fabricantes de ar-condicionado a adquirirem compressores nacionais. Contudo, a única empresa fornecedora instalada no país não tem capacidade para atender toda a demanda, resultando em paralisações e sérias dificuldades de produção.
A situação é agravada pela proposta de consulta pública, encerrada na semana passada, que propõe a prorrogação dessa obrigação para 2026, acumulando exigências não cumpridas em 2024 e 2025.
Esta é a segunda vez que o MDIC altera as regras em função da incapacidade da fornecedora, o que, segundo Antonio Silva, gera insegurança jurídica, imprevisibilidade e prejudica toda a cadeia de suprimentos, visto que os demais componentes não recebem o mesmo tratamento obrigatório na política industrial.
Pleito da Indústria
O pleito da indústria da ZFM é claro: que não haja obrigatoriedade de aquisição de compressores nacionais.
Caso o governo insista na exigência, o setor defende que o percentual seja compatível com a real capacidade de produção da fornecedora, mantendo o patamar estabelecido em 2024, com aumento progressivo apenas se comprovada a plena capacidade de fornecimento da fabricante nacional de compressores.
Compromisso do vice-presidente
De acordo com Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin reconheceu a gravidade do problema e se comprometeu a avaliar a questão com urgência, destacando que é preciso superar esse impasse para que o Brasil continue a se consolidar como um dos principais polos mundiais de fabricação de aparelhos de ar-condicionado.
Antonio Silva convidou o presidente da Eletros, Jorge Nascimento Júnior – entidade que tem como associadas todas as indústrias de ar-condicionado no Brasil –, para acompanhar a conversa, reforçando a importância da atuação conjunta das entidades representativas da indústria.
“Não podemos aceitar que um setor inteiro fabricante de ar-condicionado fique refém da incapacidade de um único fornecedor de compressores. O Amazonas e o Brasil precisam de uma política industrial que assegure competitividade, previsibilidade e condições reais de produção. Essa é a voz da indústria amazonense que levamos hoje ao vice-presidente Geraldo Alckmin”, afirmou o presidente da FIEAM, Antonio Silva.
Assessoria de Comunicação











