Acuado, Barroso diz que não quis ofender 58 milhões de eleitores

Ministro do STF se manifestou depois de coletiva de imprensa realizada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Barroso passou por uma cirurgia de emergência no último dia 9 - Foto: Antônio Augusto | Secom/TSE

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), veio a público tentar justificar uma declaração feita na noite da quarta-feira 12. Na ocasião, o magistrado estava no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília, e disse: “derrotamos o bolsonarismo”.

“Derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, declarou Barroso na noite de ontem.

Por meio de nota oficial publicada na tarde desta quinta-feira, 13, o magistrado disse que sua fala se referia ao “extremismo golpista e violento que se manifestou” nos atos de depredação que aconteceram na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro, e que corresponde a “uma minoria”.

“Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima”, continuou o ministro. “Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas.”

A declaração oficial de Barroso acontece poucas horas depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), condenar suas falas no evento da UNE. Mais cedo, apenas a Suprema Corte havia se manifestado sobre o ocorrido.

Pacheco qualificou a declaração de Barroso como “muito inadequada, inoportuna e infeliz”. “A arena política se resolve com as manifestações políticas e com a ação dos sujeitos políticos”, disse Pacheco. “Um ministro do STF deve se ater ao seu cumprimento constitucional, que é julgar aquilo que lhe é demandado.”

Oposição quer impeachment

De acordo com Pacheco, é condenável a presença de um ministro do Supremo “num evento de natureza política, com uma fala de natureza política”.

“É algo que reputo infeliz, inadequado e inoportuno”, ressaltou Pacheco. “Espero que haja uma reflexão do ministro, eventualmente uma retratação, no alto de sua cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte.”

Pacheco disse que repudiou as declarações de Barroso porque é presidente do Senado e do Congresso Nacional. Isso ocorreu “justamente para que todas as instituições e seus personagens possam ter essa reflexão sobre a importância do cumprimento de seu papel, de seus limites”, disse o político.

Ao ser interpelado, Pacheco não descartou analisar eventuais pedidos de impeachment contra Barros. Mais de 50 assinaturas já foram coletadas pela oposição.

“Cada situação deve ser analisada dentro da sua circunstância e de sua natureza”, disse o presidente do Senado. “Havendo pedidos, e sei que há um movimento de coleta de assinaturas nesse sentido, iremos apreciar com toda a decência que se exige uma apreciação dessa natureza.”

Fonte: https://revistaoeste.com/no-ponto/acuado-barroso-diz-que-nao-quis-ofender-58-milhoes-de-eleitores/

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