
O ex-presidente Jair Bolsonaro passará o feriado de Natal em uma sala de cirurgia e sob forte escolta policial. Nesta terça-feira, 23/12, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acatou o pedido da defesa para que o político seja submetido a um procedimento cirúrgico no Hospital DF Star, em Brasília. A decisão ocorre em um momento de extrema sensibilidade jurídica para o ex-mandatário e impõe uma rotina de hospitalização cercada de restrições severas que vão além dos cuidados médicos.
A internação está programada para ocorrer já nesta quarta-feira, 24/12, véspera de Natal, com a operação marcada para o dia seguinte. O quadro clínico que motiva a urgência envolve uma hérnia inguinal bilateral e crises persistentes de soluço, problemas que têm acompanhado Bolsonaro desde as complicações decorrentes da facada sofrida em 2018. Mesmo se tratando de uma questão de saúde, o ambiente hospitalar será transformado em uma extensão da custódia judicial que o ex-presidente enfrenta.
A decisão do STF não se limitou apenas a autorizar a cirurgia, mas detalhou minuciosamente como será o convívio de Bolsonaro no hospital. O parecer segue orientações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e um laudo pericial da Polícia Federal (PF) que atestou a necessidade da intervenção.
- O procedimento busca corrigir uma hérnia inguinal bilateral que causa desconforto e complicações digestivas.
- Michelle Bolsonaro foi autorizada como a acompanhante principal durante todo o período de internação.
- A presença de outros familiares no quarto não será livre e depende de autorização judicial prévia para cada visita.
- O ex-presidente deve permanecer em repouso absoluto logo após a intervenção sob supervisão da equipe médica.
Vigilância integral e restrições de comunicação no quarto
O ponto que mais chama a atenção na decisão é o isolamento tecnológico e a segurança ostensiva determinada pelo ministro. Bolsonaro não terá apenas médicos e enfermeiros ao seu redor, mas uma equipe da PF dedicada exclusivamente a monitorar seus passos e contatos dentro da unidade de saúde.
A vigilância será mantida 24 horas por dia com dois agentes posicionados diretamente na porta do quarto. Outras equipes policiais estarão espalhadas por pontos estratégicos dentro e fora do hospital para garantir que as normas impostas pelo Alexandre de Moraes sejam cumpridas.
Uma das ordens mais rígidas proíbe a entrada de qualquer dispositivo eletrônico no aposento do ex-presidente. Celulares, computadores e tablets estão vetados, o que impede Bolsonaro de se comunicar com apoiadores ou utilizar redes sociais durante o período de recuperação. Essa medida visa evitar que o ambiente hospitalar seja utilizado para articulações políticas ou para o envio de mensagens que possam interferir nos processos judiciais em andamento.
Um feriado marcado pelo isolamento e cuidados médicos
Passar o Natal em um hospital já é uma situação delicada para qualquer cidadão, mas para Jair Bolsonaro o cenário ganha contornos de isolamento político e pessoal. Sem acesso ao mundo exterior por meios digitais e com as visitas controladas pelo Judiciário, o ex-presidente terá um feriado de introspecção forçada enquanto se recupera da cirurgia.
Essa intervenção médica é vista pela defesa como fundamental para estabilizar a saúde do ex-mandatário, que frequentemente apresenta episódios de obstrução intestinal e dores abdominais. A autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) demonstra que, embora as restrições de liberdade sejam mantidas, o direito à assistência médica adequada foi preservado dentro dos limites da lei.











