
A capital amazonense alcança um marco histórico na preservação de seus recursos naturais neste fechamento de 2025. A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), consolidou a retirada de quase 3,5 mil toneladas de resíduos sólidos das águas que banham a cidade. Esse volume representa não apenas um número estatístico, mas o maior ciclo anual de operações de transbordo já realizado na história do município, elevando a limpeza hídrica ao status de política pública permanente.
O trabalho contínuo realizado nas orlas e igarapés é uma resposta direta aos desafios impostos pelo crescimento urbano e pelo descarte irregular. Ao manter equipes em áreas de difícil acesso, a gestão municipal consegue evitar que o lixo doméstico e industrial comprometa a saúde do rio Negro, um dos maiores símbolos da nossa biodiversidade.
O papel estratégico das ecobarreiras no controle de resíduos
Um dos fatores determinantes para o sucesso das operações deste ano foi a maturidade do sistema de ecobarreiras. Implementadas com mais força a partir de 2024, essas estruturas funcionam como filtros estratégicos que barram a passagem do lixo ainda nos igarapés, impedindo que os detritos alcancem o leito principal do rio.
- Interceptação antecipada de plásticos e garrafas pet nos principais canais de escoamento da cidade.
- Redução drástica do volume de lixo que chega à orla da Ponta Negra e do Porto de Manaus.
- Otimização do processo de transbordo, permitindo que a coleta seja mais ágil e direcionada.
- Diminuição da carga poluidora que antes sobrecarregava a fauna e a flora aquática.
Impactos diretos na saúde pública e na paisagem urbana
A limpeza dos rios e igarapés vai além da estética. O secretário Sabá Reis enfatiza que o trabalho executado pela SEMULSP é uma ferramenta essencial de saúde pública. Quando o fluxo da água é interrompido pelo acúmulo de resíduos, criam-se ambientes propícios para a proliferação de doenças e mau cheiro, afetando diretamente as comunidades ribeirinhas e os bairros próximos aos canais.
Com a retirada de 3.495 toneladas de lixo, a prefeitura minimiza os riscos de obstruções durante o período de chuvas intensas, o que ajuda a prevenir alagamentos em áreas críticas. O compromisso demonstrado em 2025 sinaliza que Manaus está deixando para trás as ações emergenciais para adotar um modelo de zeladoria hídrica que respeita o ecossistema amazônico.
Continuidade e consciência ambiental para o próximo ano
O balanço positivo deste ciclo reforça que a tecnologia das ecobarreiras aliada ao esforço manual das equipes de limpeza é o caminho para uma cidade mais sustentável. No entanto, o sucesso dessa operação permanente também depende da colaboração da população.
A proteção do rio Negro é um esforço conjunto entre o poder público e o cidadão. Enquanto a prefeitura mantém a logística de transbordo e a limpeza das margens, o descarte correto de resíduos nas lixeiras residenciais continua sendo a forma mais eficaz de evitar que o lixo chegue aos nossos igarapés. Para 2026, a meta é fortalecer ainda mais esses pontos de contenção, garantindo que o maior patrimônio natural de Manaus permaneça preservado para as futuras gerações.
Por Dora Tupinambá/Semulsp











