A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (18/12), a nova fase da operação Sem Desconto. O alvo central da ação é o secretário executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de cobranças associativas ilegais que descontavam valores diretamente de aposentados e pensionistas do INSS.
A investigação aponta que o grupo criminoso manipulava sistemas oficiais para inserir informações falsas e obter vantagens financeiras indevidas. O impacto dessas fraudes atinge milhares de brasileiros que dependem dos benefícios previdenciários e viam seus rendimentos reduzidos sem qualquer autorização prévia.
Além da ordem de prisão, a Justiça Federal determinou o afastamento imediato de Adroaldo Portal de suas funções no Ministério da Previdência. A decisão judicial estabelece que o secretário cumpra prisão domiciliar enquanto as investigações avançam.
Essa ofensiva conta com o respaldo direto do Supremo Tribunal Federal e busca desarticular uma organização estruturada que atuava de forma coordenada. As medidas incluem restrições cautelares e o bloqueio de bens para garantir a reparação dos danos causados ao patrimônio público e aos segurados lesados.
Operação alcança seis estados e o Distrito Federal
Os agentes federais estão nas ruas para cumprir um total de 52 mandados de busca e apreensão. Além disso, existem 16 ordens de prisão preventiva sendo executadas em diversas regiões do país. As diligências estão concentradas nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além de pontos específicos no Distrito Federal.
O foco da Polícia Federal é interromper a prática de estelionato previdenciário e frear a dilapidação de patrimônio realizada pelos envolvidos. O inquérito segue em andamento para identificar outros possíveis participantes e mapear o destino dos recursos desviados.
Senador Weverton Rocha e empresários estão entre os investigados
A investigação revela que o esquema possuía ramificações importantes na política e no setor empresarial. Entre os nomes citados nesta etapa da operação estão o senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão, e Romeu Carvalho Antunes.
Romeu é filho do empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido no setor como Careca do INSS. A Polícia Federal trabalha agora para rastrear a ocultação de valores e entender como a influência desses personagens facilitava a manutenção das fraudes nos sistemas de pagamento.
