
O cenário político na América Latina atingiu um novo nível de alerta nesta quarta-feira (17/12). O governo da Rússia, representado por Alexander Shchetinin, diretor do Departamento para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores, manifestou séria preocupação com as recentes decisões de Washington. Segundo o diplomata, o aumento das pressões sobre o território venezuelano pode gerar impactos imprevisíveis para todo o Hemisfério Ocidental.
A declaração ocorre em um momento de extrema fragilidade diplomática. Moscou acredita que as medidas coercitivas aplicadas recentemente podem levar a erros estratégicos por parte das potências envolvidas. O representante russo reforçou que a expectativa é de que aqueles que estão incentivando o atual Estado de alerta consigam evitar um agravamento que prejudique a segurança regional.
Donald Trump amplia cerco econômico com bloqueio naval e aéreo
A tensão entre os governos de Caracas e Washington ganhou contornos mais rígidos após o presidente norte-americano, Donald Trump, determinar a proibição total da movimentação de navios petroleiros em águas venezuelanas. A ordem executiva estabelece um bloqueio naval e aéreo focado especificamente em interromper o transporte de petróleo, que é a principal fonte de receita da gestão de Nicolás Maduro.
Na prática, qualquer embarcação ou aeronave que ignore as sanções dos Estados Unidos e tente realizar o escoamento da commodity está sujeita a interceptações. Essa medida é vista como uma tentativa de estrangulamento econômico definitivo. O governo dos Estados Unidos justifica que as restrições são necessárias para impedir que recursos estratégicos financiem a estrutura política atual da Venezuela.
Moscou cobra cautela para evitar caos em grande escala na região
A diplomacia russa tem acompanhado de perto cada movimento militar e econômico no Caribe. Alexander Shchetinin destacou que o mundo aguarda que Washington evite decisões precipitadas que possam resultar em um conflito armado de grandes proporções. Esse posicionamento segue o alerta feito pela porta-voz Maria Zakharova no início deste mês, quando ela afirmou que uma escalada sem controle mergulharia o Ocidente em um estado de caos generalizado.
Para o governo russo, a manutenção do diálogo e o respeito à soberania são os únicos caminhos para evitar consequências que extrapolem as fronteiras venezuelanas. A Rússia reafirmou seu papel de observadora atenta e crítica das intervenções unilaterais que, em sua visão, apenas aumentam o sofrimento da população civil e a instabilidade política.
Contexto militar e a restrição do espaço aéreo em novembro
O novo bloqueio anunciado por Donald Trump não é um fato isolado, mas sim o ápice de uma série de medidas restritivas que vêm sendo implementadas desde o mês passado. No fim de novembro, os Estados Unidos já haviam fechado o espaço aéreo do país para qualquer voo ligado ao governo venezuelano, alegando preocupações com a segurança nacional e a escalada militar na América Latina.
Somado a isso, as forças militares norte-americanas conduzem a Operação Lança do Sul na região. Embora o objetivo declarado de Washington seja o combate ao tráfico internacional de drogas, a forte presença de navios de guerra e aeronaves de monitoramento é interpretada por analistas e pelo governo russo como um elemento de pressão política direta. O cerco total ao petróleo coloca a diplomacia internacional em um impasse sobre os próximos passos da crise humanitária e política no país.
Fonte: https://www.metropoles.com/mundo/russia-alerta-que-escalada-na-venezuela-pode-afetar-o-ocidente











