
O estado do Amazonas alcançou um marco histórico na saúde pública com a redução de 49,2% na mortalidade materna. Esse dado expressivo foi o centro das atenções durante a 3ª Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde (PAS) e o 1º Encontro Internacional de Promoção da Saúde, realizados nesta terça-feira (16/12), em Brasília. O evento reuniu especialistas e gestores para discutir estratégias que estão transformando o atendimento no Sistema Único de Saúde.
A iniciativa é organizada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). O encontro conta com o suporte técnico de instituições de peso como o Ministério da Saúde, o Hospital Israelita Albert Einstein, a Beneficência Portuguesa de São Paulo e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O objetivo principal é a metodologia de Planificação, que reorganiza o fluxo de atendimento para que a Atenção Primária à Saúde (APS) funcione como a coordenadora da rede.
Avanços na gestão e regionalização do cuidado
Durante as atividades na capital federal, a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, detalhou como a organização dos serviços no interior tem gerado impactos diretos na vida da população. Além da queda drástica na mortalidade materna, o estado apresentou melhorias significativas no combate à sífilis congênita e no avanço da regionalização.
“Os resultados que apresentamos são fruto de um trabalho contínuo com os municípios, que avançou para o cofinanciamento da saúde, na presença mais ativa da gestão estadual nos territórios e apoio técnico permanente”, afirmou a secretária.
Segundo ela, a Planificação tem sido fundamental para organizar as redes de cuidado e garantir que as políticas públicas cheguem a quem mais precisa.
Exemplos de sucesso no interior do Estado
Um dos grandes destaques apresentados foi a estruturação do Ambulatório de Alto Risco em Parintins. O local funciona no modelo de Ponto de Atenção Secundária Ambulatorial (Pasa) e se tornou fundamental para o acompanhamento rigoroso de gestantes. Outro caso de sucesso vem de Boa Vista do Ramos, onde ocorre a integração entre o projeto de telessaúde Telepnar, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e a metodologia de Planificação.
As equipes técnicas também compartilharam experiências sobre a construção do Plano da Rede Alyne do Amazonas, que foca na integração total do cuidado materno-infantil. Outros temas levados ao debate incluíram a segurança do paciente em Parintins e a atuação estratégica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) nas regiões do Médio e Baixo Amazonas.
Modelo baseado em planejamento e integração
Para a secretária executiva adjunta de Políticas de Saúde da SES-AM, Diana Lima, o reconhecimento nacional é reflexo de um modelo de gestão que não abre mão do monitoramento constante. Ela explicou que a estratégia permite alinhar o que é planejado pelo estado com a realidade vivida em cada localidade.
“A planificação da atenção à saúde permite alinhar as políticas estaduais às realidades locais, qualificando os processos de trabalho da Atenção Primária e fortalecendo a integração com as redes de atenção. É esse alinhamento que tem garantido resultados consistentes nos indicadores de saúde do Amazonas”, destacou a secretária executiva adjunta.
O fortalecimento da rede permite oferecer um atendimento mais resolutivo e humano para os pacientes que dependem do sistema público em todo o território amazonense.











