Com a proximidade das eleições de 2022, já se intensificam conversas e articulações de bastidores envolvendo alguns dos principais atores do jogo eleitoral. Um deles é o governador do Estado, Wilson Lima, cujo partido, PSC, em 2020 atingiu os 2% dos votos válidos distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, contemplando exigência da cláusula de barreira para continuar vivo no país.
Segundo fontes, o governador, no entanto, teme o rumo trilhado pela cúpula nacional do PSC sob o domínio do pastor Everaldo Dias Pereira, complicado na Operação Lava Jato e um dos mais ardorosos defensores da reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Embora bem relacionado com o Palácio do Planalto, Wilson se preocupa com as consequências eleitorais a enfrentar no Amazonas se fechar questão com o PSC nesse sentido.
De acordo com as fontes, Wilson leva em banho maria o PSC enquanto desenvolve conversas com outras siglas. O Patriota é uma delas, ligada ao bolsonarismo, que tem no deputado estadual Felipe Souza e no ex-superintendente da Suframa, Coronel Alfredo Menezes, suas principais expressões no Estado.
O Progressistas (PP), comandados pelos irmãos deputados Átila Lins e Belarmino Lins, é uma outra opção que Wilson Lima estuda com interesse, da mesma forma com estende suas conversas ao PTB do bolsonarista Roberto Jeferson e do deputado Saullo Vianna, representante da agremiação na Assembleia Legislativa. Na mira da Operação Ponto de Parada da Polícia Federal, Saullo oferece incômodos ao governador.
O PSD, presidido nacionalmente pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e no Amazonas pelo senador Omar Aziz, é uma outra opção de Wilson Lima. Os entendimentos prosseguem a bom termo, mas sem prazo para definição. O jogo de xadrez de Wilson deverá prosseguir, conforme as fontes, até agosto.
Com os deputados Dr. Gomes e Alessandra Campêlo a tiracolo, Wilson possui pesquisas internas que garantem que sua impopularidade em Manaus não é o que a mídia especula. Nas periferias ele acredita que o jogo lhe é favorável, assim como no interior do Estado onde suas “ações humanitárias”, levando recursos financeiros e ajuda material à milhares de famílias ribeirinhas, pintam um cenário razoável para o governador em 2022.