
O cenário político chileno passou por uma mudança decisiva neste domingo (14/12). O líder conservador José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile, confirmando as projeções que o apontavam como favorito na reta final da campanha. A vitória de Kast representa um marco histórico, sinalizando o retorno da direita ao comando do país.
Kast superou nas urnas a candidata de esquerda Jeannette Jara, do Partido Comunista. Embora Jara tenha saído vitoriosa no primeiro turno, o cenário se inverteu na rodada decisiva. A virada ocorreu graças à consolidação do apoio a Kast, que conseguiu aglutinar os votos dos eleitores de outros três candidatos de direita que ficaram pelo caminho na primeira etapa do pleito.
Jeannette Jara reconhece resultado e prega respeito à democracia
Logo após a confirmação matemática da vitória do adversário, Jeannette Jara utilizou as redes sociais para admitir a derrota e cumprir o rito democrático. Em sua conta na plataforma X (antigo Twitter), a candidata enfatizou a importância de respeitar a vontade popular.
“A democracia falou alto e claro. Acabei de me comunicar com o presidente eleito José Antonio Kast para desejar-lhe sucesso para o bem do Chile. Àqueles que nos apoiaram e foram convocados pela nossa candidatura, tenham claro que seguiremos trabalhando para avançar em uma vida melhor.”
A estratégia da terceira tentativa
Esta foi a terceira vez que José Antonio Kast disputou o Palácio de La Moneda. Em 2021, ele chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pelo atual presidente, Gabriel Boric. Para o pleito de 2025, o candidato ajustou sua estratégia: diminuiu o tom dos ataques diretos aos movimentos sociais e calibrou o discurso focando nas preocupações imediatas da população, como segurança pública e controle migratório.
Kast, que é pai de nove filhos, baseou sua campanha na narrativa de que “o país está desmoronando”. Inspirado em figuras internacionais como Donald Trump e o salvadorenho Nayib Bukele, o presidente eleito promete uma postura de tolerância zero.
Planos de governo e desafios econômicos
Entre as principais promessas de campanha que agora serão cobradas pela população, destacam-se a deportação de migrantes sem status legal, a ampliação dos poderes das forças policiais e a construção de mais presídios.
No campo econômico, a equipe de Kast projeta um ajuste fiscal rigoroso, com cortes de gastos na ordem de US$ 6 bilhões. No entanto, assessores próximos já admitem que, dada a complexidade do cenário atual, esse ajuste pode levar mais tempo do que o previsto inicialmente para ser implementado.











