
Prepare o bolso: o mercado de eletrônicos no Brasil deve enfrentar um aumento significativo de preços a partir do primeiro trimestre de 2026. A previsão de reajustes em produtos como celulares e notebooks pode chegar a 20% no valor final, conforme alerta Gustavo Assunção, vice-presidente sênior da Samsung no Brasil.
O principal motivo para a escalada dos preços é a escassez global de chips de memória. Grandes fabricantes, como a própria Samsung, estão realocando sua produção para atender à demanda explosiva da indústria de inteligência artificial (IA).
A guerra dos chips: IA versus eletrônicos de consumo
A crise de suprimentos não é causada por falta de capacidade total, mas sim por uma mudança de foco industrial. As gigantes do setor de semicondutores estão diminuindo a produção de chips de memória RAM do tipo DDR4, amplamente utilizada em modelos básicos e intermediários de smartphones e notebooks.
Essa redução visa priorizar a fabricação de chips de alta largura de banda (HBM), componentes cruciais para alimentar os data centers de inteligência artificial e os supercomputadores necessários para treinar grandes modelos de linguagem.
Impacto direto no custo da memória RAM
Segundo o executivo da Samsung, o custo da memória RAM no mercado global tem aumentado desde setembro e deve subir entre 20% e 40% em 2026. Como a memória é um insumo fundamental na montagem de qualquer dispositivo, esse aumento se traduzirá em preços finais mais altos para o consumidor.
Gustavo Assunção confirmou que, embora o setor tenha “segurado” e absorvido parte dos custos adicionais nos últimos meses, os primeiros reajustes nos preços de varejo serão notados de forma gradual a partir de janeiro.
Modelos básicos e intermediários serão os mais afetados
A previsão de alta de até 20% no valor dos eletrônicos atingirá principalmente os dispositivos mais acessíveis.
- Modelos básicos e intermediários de celulares e notebooks, que ainda utilizam a memória DDR4, devem sentir o maior impacto da escassez.
- Smartphones topo de linha, como o Samsung Galaxy S26, devem flutuar menos, pois geralmente utilizam memória RAM do tipo DDR5, cujo abastecimento global está mais controlado.
Além da Samsung, outras grandes fabricantes, como Dell e Lenovo, já haviam alertado para aumentos globais no preço dos laptops. No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) também reconheceu que a escassez de componentes será o “maior desafio” do próximo ano.
O cenário aponta para uma limitação estrutural da indústria de semicondutores. A instalação de novas fábricas dedicadas à produção de chips HBM é um processo que pode levar anos, o que significa que a pressão de preços e a escassez de DDR4 devem persistir por um longo período.
Fonte: https://tecnoblog.net/noticias/eletronicos-devem-ficar-ate-20-mais-caros-no-brasil-preve-samsung/











