A Escola Municipal José Augusto Roque da Cunha, localizada no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte de Manaus, transformou 70 estudantes do 1º ao 4º ano em autores publicados. O lançamento das obras, resultado do projeto “SuperAutor”, ocorreu em uma emocionante tarde de autógrafos no dia 11 de dezembro, reunindo a comunidade escolar, pais e responsáveis.
Com o tema “Guardião da Floresta: A Última Voz da Amazônia”, o projeto buscou estimular a criatividade e a conscientização ambiental, permitindo que as crianças expressassem suas visões sobre a floresta por meio de suas próprias histórias.
SuperAutor transforma desânimo em inspiração
A professora Judith Telles, responsável por conduzir a iniciativa ao longo do ano letivo, destacou o profundo impacto pedagógico e social do projeto.
“Foi maravilhoso aplicar o projeto, porque antes eu via crianças desanimadas, sem vontade, achando que, por ser escola pública, não poderiam escrever um livro ou ter o que têm hoje aqui. Eu prometi que iríamos fazer os livros”, declarou a professora, visivelmente emocionada.
Segundo Judith Telles, a luta para concretizar os livros valeu a pena:
“Muitas crianças não sabiam ler e nem escrever no início do ano, e hoje todas as crianças do 1º ano estão lendo, o que mostra o poder da dedicação e do incentivo.”
Jefter Haad e a inspiração literária
O estudante Kaic Emanoel Castro, do 4º ano, celebrou sua estreia como autor, mencionando a influência direta do escritor amazonense Jefter Haad. Haad havia visitado a escola em setembro para lançar seu livro “Onde vive o Jabuti?”.
“Eu fiz o meu livro, fui escrevendo a cada passo, inspirado no escritor Jefter. Aprendi muito com ele. A professora deixou a gente fazer nosso livro, custou muito, mas terminamos. O final do meu livro tem um futuro muito lindo, porque nós, crianças, queremos isso”, disse Kaic.
Para o motorista Orleans Oliveira de Castro, pai de Kaic, a conclusão do projeto é motivo de grande satisfação e orgulho. “Para mim é gratificante ter um filho exemplar, dedicado, que inspira, que corre atrás e apoia até outras crianças desinteressadas. É uma honra e um orgulho ser homenageado pela escola e pelo meu filho, que me chama de inspirador”, concluiu.
Por Alexandre Abreu/Semed
