RDS afunda no lixo, universidades evaporam e a política corre atrás da própria sombra

Crime ambiental na RDS Amanã desafia a Justiça

Na RDS Amanã, o destino do lixo segue duas modalidades oficialmente reconhecidas: a pira olímpica improvisada e o cemitério clandestino de resíduos.

De acordo com o portal amazonas365.com.br, plásticos, vidros, pilhas, tudo ganha seu túmulo ou sua cremação particular.

Enquanto isso, os órgãos de controle observam, atentos, avaliando qual medida cabível tomar primeiro: fingir surpresa ou redigir o tradicional “vamos apurar”. A natureza aguarda com lágrimas tóxicas.

Na base do “enterra que passa”

Foto: Divulgação

O estudo da USP, UEA e Instituto Mamirauá confirmou aquilo que todo ribeirinho já sabe e todo governante finge não saber: lixo some se você enterra, certo?

Pilhas viram condimento do solo, plástico vira carvão do ar e o futuro da região vira número ridículos.

Agora resta esperar que os órgãos competentes tomem “as providências cabíveis”, expressão que no Brasil geralmente significa nada.

Universidades a granel, amazônidas à míngua

Em hora pré-eleitoral, o Estadão descobriu que o presidente Lula anda distribuindo universidades como quem distribui santinho em véspera de eleição.

Universidade indígena, universidade do esporte, tudo muito bonito no papel. Só que no Amazonas, a população segue com um número de universidades federais que envergonharia até um principado europeu.

Os projetos para criar mais duas unidades estão tão esquecidos no Congresso que já devem ter desenvolvido teias de aranha próprias. Mas evidente que inaugurar a “Universidade Olímpica Pataxó” dá mais voto do que tirar do papel o básico para quem realmente precisa.

Demagogia acadêmica, doutorado em abandono

O editorial do Estadão critica Lula por abrir universidades como quem abre filial de loja de material de construção, e não sem razão.

Mas o mais irônico é que, no Amazonas, berço de dezenas de povos indígenas, onde a educação superior pública deveria ser prioridade moral e geopolítica, o déficit de universidades federais é tão gritante que chega a ser piada pronta.

Enquanto o presidente posa de pai dos povos originários e promete uma universidade indígena, o estado que mais teria lógica para recebê-la segue esperando algum parlamentar lembrar que a BR-319 não é o único problema da região.

Se o Brasil tivesse uma “Universidade da Inércia”, Brasília seria campus-modelo.

Wilson Lima é só rejeição

Foto: Divulgação / União Brasil AM

Conforme fontes, o governador Wilson Lima não ficou nada satisfeito com a pesquisa do Instituto de Pesquisas do Norte (IPEN). Não é para menos, já que ele lidera um tsunami de rejeição num ranking que ninguém quer ganhar.

Até para deputado estadual o governador corre risco de perder para candidatos cuja família só descobre que eles estão na disputa na noite da apuração.

Cadeira musical na CMM

A Câmara Municipal de Manaus transformou uma simples vaga parlamentar numa obra-prima de confusão administrativa. Professora Jacqueline vai, volta, sobe, desce, some e ressurge, enquanto Amauri Gomes participa involuntariamente da modalidade olímpica “entra-e-sai de mandato”.

A Casa segue com duas cadeiras vazias e zero pressa para preenchê-las. Afinal, quem precisa de 41 vereadores quando 39 já fazem barulho suficiente? Amauri descobriu, pela imprensa, que estava sendo chutado de novo.

Em Manaus, suplência não é cargo,  é aventura.

Fundeb, o milagre de dezembro

Foto: Divulgação

Em meio ao clima quente da disputa com a Prefeitura, o governador Wilson Lima surge como Papai Noel fora de época e promete o aguardado abono do Fundeb.

Professores comemoram, sindicatos afinam o lápis para cobrar os detalhes e o governo sorri politicamente.

O anúncio pega carona no desgaste municipal pós-greve, com o governo estadual posando de herói, mesmo que o presente só exista graças às “sobras”.

Salazar em berço esplêndido

Foto: Divulgação

Com 19,8% na pesquisa estimulada, o Sargento Salazar não disputa eleição. Ele apenas decide para qual Casa Legislativa deseja se mudar. Aleam? Câmara Federal? Tanto faz.

O eleitor amazonense já deixou claro que, se depender dele, Salazar só não será eleito se não quiser. Enquanto isso, veteranos da política disputam décimos e rezam para aparecer na tabela. Salazar, tranquilo, já pode escolher a cor da gravata para a posse.

Ganância contra a saúde pública

Um supermercado em Manaus é investigado por adulterar datas de validade em alimentos, prática tão grotesca quanto perigosa.

O Mercantil teria coberto a etiqueta original de uma carne suína vencida em 25 de maio com outra etiqueta indicando vencimento para 28 de maio. Três dias de fraude que podem significar intoxicação alimentar, infecção bacteriana ou coisa pior para quem comprar o produto.

Não se trata de “erro operacional” ou “falha no sistema”. É crime premeditado: alguém conscientemente decidiu que o lucro de vender carne estragada vale mais que a saúde de seus clientes.

É o tipo de conduta que expõe famílias inteiras a riscos graves, especialmente em um estado onde muitas pessoas já enfrentam dificuldades de acesso a alimentos de qualidade.

O MPAM agiu corretamente ao abrir inquérito civil. Mas é preciso ir além: estabelecimentos que adulterem validades devem sofrer punições exemplares, não só “ajustes de conduta”.

A voz que virou memória

Foto: Divulgação

O Amazonas se despede com profunda tristeza de Pedrinho Ribeiro, filho de Parintins e dono de uma das vozes mais afetivas da música amazônica.

Artista de fronteiras abertas,  Pedrinho uniu histórias, melodias e pessoas de um jeito que só ele sabia. Imortalizou figuras como Adolfo Lorido com respeito e poesia, transformando vidas simples em arte grandiosa.

A partida do grande artista deixa silêncio, mas não vazio: deixa legado, afeto e a certeza de que sua música seguirá navegando pelos rios e palcos da memória amazônica. À família, aos amigos e aos admiradores, solidariedade e respeito da coluna TROCANDO EM MIÚDOS.

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