O Exército israelense iniciou uma “ampla operação antiterrorista” contra grupos armados palestinos no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (26) em um comunicado militar.
A ação, que começou na noite de terça-feira para quarta-feira, está concentrada na região que os israelenses chamam de “norte de Samaria” (nome bíblico para o norte da Cisjordânia). O Exército declarou que suas forças “não permitirão que o terrorismo se instale” na área.
As autoridades israelenses confirmaram à AFP que esta é uma “nova operação”, e não uma continuação da “operação antiterrorista” que teve início em janeiro de 2025.
Escalada de violência na Cisjordânia
A violência tem se intensificado na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel.
- Vítimas Palestinas: Desde outubro de 2023, mais de mil palestinos, incluindo combatentes e civis, morreram em ações de soldados ou colonos israelenses, segundo levantamento da AFP baseado em dados da Autoridade Palestina.
- Vítimas Israelenses: No mesmo período, pelo menos 43 cidadãos israelenses, incluindo civis e soldados, morreram em ataques palestinos ou durante incursões militares de Israel.
A violência não teve pausa mesmo após a entrada em vigor de uma trégua em Gaza, em 10 de outubro. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) registrou um aumento expressivo de “ataques de colonos que provocaram vítimas, danos materiais ou ambos” em outubro, atingindo níveis recordes em quase duas décadas de registro de dados no território palestino.
O cenário de tensão se mantém, como visto em 10 de novembro, quando um israelense morreu e três ficaram feridos em um ataque com arma branca perto de Belém, no sul da Cisjordânia. Os dois palestinos responsáveis pelo ataque foram rapidamente mortos por soldados.
