
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após admitir ter danificado a tornozeleira eletrônica que utilizava. A defesa e aliados do ex-presidente afirmam que o ato foi motivado por um “surto” e não por uma tentativa de fuga.
O episódio veio à tona com a divulgação de um vídeo no qual Bolsonaro admite ter usado um ferro de solda para queimar o equipamento, que estava sendo usado desde 4 de agosto, quando ele passou a cumprir prisão domiciliar.
“Meti ferro quente aí. Curiosidade. (…) Ferro de solda”, disse Bolsonaro a uma policial no momento da prisão, embora tenha afirmado que “Não rompi a pulseira não. Está tranquilo aí.”
Versão do surto e estado emocional
Aliados do ex-presidente reforçaram a tese de que o ato não foi premeditado. O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o episódio demonstra que o estado emocional de Bolsonaro está “totalmente alterado”.
Em defesa da tese de que não houve intenção de fuga, o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) questionou em redes sociais o timing da violação:
“Se você estivesse com uma tornozeleira eletrônica e quisesse fugir em meio a uma vigília, mexeria no computador de monitoramento do equipamento 24 horas antes do evento ou cortaria rapidamente o aro segundos antes da fuga, com tudo pronto para zarpar?”
Violação e relato oficial
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal enviou um relatório ao STF que apontou que o equipamento possuía queimaduras em toda a sua circunferência e “sinais claros de avaria”.
- Momento da violação: O sistema de monitoramento registrou a violação da tornozeleira à 0h07 deste sábado, acionando imediatamente a equipe de policiais penais que faziam a escolta na residência do ex-presidente em Brasília.
- Admissão: Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-chefe do Executivo confirmou que utilizou o ferro de solda para queimar a tornozeleira eletrônica, alegando que o fez “por curiosidade”.
O advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, ao ser questionado sobre as imagens do objeto danificado, limitou-se a dizer que a tornozeleira foi colocada para “causar humilhação” ao ex-presidente.
O ministro Alexandre de Moraes deu um prazo de 24 horas para que a defesa do ex-presidente se manifeste oficialmente sobre a violação do equipamento.
Precedente e mobilização política
O caso de violação da tornozeleira eletrônica não é inédito entre ex-presidentes. Fernando Collor de Mello chegou a desconectar o equipamento por 36 horas no início de maio, alegando que a falha ocorreu durante o período de adaptação, e não foi alvo de prisão imediata por Moraes, que também era o relator daquele caso.
A decretação da prisão preventiva de Jair Bolsonaro gerou intensa mobilização nas redes sociais, dominando os tópicos mais comentados no X. Diversos políticos se manifestaram em apoio ao ex-presidente, incluindo os governadores Jorginho Mello (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, convocou uma nova vigília de oração para as 19h deste sábado em frente ao condomínio Solar de Brasília 2, onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar.
Fpnte: https://revistaoeste.com/politica/bolsonaro-diz-que-queimou-tornozeleira-eletronica-por-curiosidade/











