Correção do CDC sobre vacinas e autismo provoca reação de especialistas nos EUA

CDC afirma que não há evidências suficientes para descartar relação entre imunizantes e doença

EUA afirmam que a declaração 'as vacinas não causam autismo' tem sido 'historicamente divulgada para evitar a hesitação em relação à vacinação' - Foto: Canva

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos atualizou seu site oficial na última quarta-feira, 19, corrigindo a afirmação histórica de que “as vacinas não causam autismo”. A agência passou a declarar que não há evidências suficientes para garantir essa alegação, destacando que os estudos disponíveis ainda não descartaram a possibilidade de que vacinas infantis causem o transtorno do espectro autista (TEA).

Segundo o CDC, a declaração anterior era divulgada por agências federais para “evitar a hesitação em relação à vacinação”.

Pontos principais da correção do CDC

A alteração no site do CDC baseia-se na conclusão de que não há estudos suficientes que descartem a ligação e na violação da Garantia de Qualidade de Dados (DQA). Os pontos principais contidos na mudança são:

  • Inexistência de evidências suficientes: A afirmação “as vacinas não causam autismo” não tem base em evidências, pois estudos não descartaram completamente essa possibilidade.
  • Violação da DQA: O CDC violou a DQA ao afirmar que vacinas não causam autismo, visto que revisões do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) e do Instituto de Medicina não sustentam essa afirmação específica em relação às vacinas infantis DTaP, HepB, Hib, IPV e PCV.
  • Estudos ignorados: O texto sugere que estudos que comprovariam essa ligação foram ignorados pelas autoridades de saúde.
  • Correção e financiamento: O CDC está corrigindo a declaração e o HHS está fornecendo financiamento e apoio adequados para novos estudos.

Nova avaliação abrangente

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) iniciou uma avaliação abrangente das causas do autismo, que inclui investigações sobre possíveis mecanismos biológicos e potenciais relações causais.

O CDC informou que sua página será atualizada com evidências científicas de alta qualidade resultantes dessa avaliação do HHS, conforme exigido pela DQA.

Repercussão da mudança

A decisão do CDC gerou reações distintas:

  • Apoio: Mary Holland, presidente e CEO da organização Children’s Health Defense em Nova Jersey, elogiou a correção, afirmando que o CDC está “começando a reconhecer a verdade” e desmentindo uma “mentira descarada e antiga”. Ela citou a existência de estudos que “apontam as vacinas como a causa primária plausível do autismo”.
  • Contrariedade: Entidades médicas como a Academia Americana de Pediatria continuam a refutar qualquer ligação entre vacinas e autismo. A instituição afirma que “estudos têm repetidamente encontrado nenhuma ligação credível entre vacinas infantis que salvam vidas e o autismo” e reforça que “vacinas não são uma das causas” do TEA.

Prevalência do TEA

O levantamento mais recente do CDC indica um aumento na prevalência do Transtorno do Espectro Autista.

  • No ano 2000, a proporção era de aproximadamente uma em cada 150 crianças (0,67%).
  • Entre crianças nascidas em 2014, a proporção subiu para uma em cada 31 (3,2%).

Fonte: https://revistaoeste.com/saude/agencia-de-saude-dos-eua-atualiza-site-e-relaciona-autismo-a-vacinas/

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