Comando Vermelho e sua “central jurídica de atendimento no Estado do Amazonas

A PF desmontou mais um pedaço do organograma da facção no Amazonas e, sinceramente, se alguém ainda acha que a cúpula do Comando Vermelho depende de bilhetinho amassado, é porque não viu o grau de “profissionalização”.

É conversa cruzando fronteira, ordem saindo de dentro de presídio para o Rio — e até pra fora do país — com advogados servindo de antena repetidora.

A investigação aponta que era tudo tão afinado que os líderes presos encaminhavam instruções como se fosse expediente normal: lavar dinheiro, acertar logística com a Colômbia, repassar bronca, coordenar “negócios”. A PF até detalhou: cada advogado tinha função certinha, tipo organograma de multinacional.

Para completar, integrantes do topo da facção no AM estavam repassando diretrizes a advogados fora do estado. Um deles, no Rio, inclusive escapou da operação passada no Complexo da Penha. Coincidência?

Prerrogativas viram passe livre

Enquanto isso, a Operação Roque bateu firme: quatro advogados presos, buscas em escritórios e casas, apreensão de documentos e eletrônicos — tudo porque, segundo a PF, a advocacia estava sendo usada como biombo para comunicação clandestina e lavagem de dinheiro.

A OAB-AM foi acionada, diz que está acompanhando tudo e que vai se manifestar quando o inventário completo da operação estiver na mesa. Até lá, a PF mantém a narrativa: prerrogativa não é salvo-conduto para ser o WhatsApp da facção.

David, amigo mas nem tanto

David Almeida – Foto: Divulgação

David Almeida resolveu mandar um recadinho daqueles que nem precisa de destinatário declarado: se confirmar que deputados ligados a Omar Aziz estiveram por trás da articulação para reprovar suas contas de 2017, o apoio ao senador em 2026 vai pelo ralo.

Ele diz que só decide em março de 2026. Mas a sutileza do aviso é zero. Se o apoio fosse sólido, não precisava esse “se continuar assim, vou pensar”.

A parceria entre os dois parecia firme desde 2024 — tinha foto, agenda conjunta e aquela energia de “vamos juntos até o fim”. Pois é… até o fim chegou rápido. A CAE decidiu pela reprovação das contas, contrariou parecer técnico e acendeu todos os alarmes no grupo do prefeito.

Agora, com o clima azedando, Davi abre a porta para uma possível debandada. Se confirmar o rompimento, vai chacoalhar o tabuleiro do Amazonas, porque ele é peça grande. Mas, pela cor do recado… é mais fácil Omar ganhar na loteria do que Davi continuar no mesmo barco depois dessa.

Cerco se fecha sobre Ferraz

Prefeito Augusto Ferraz – Foto: Divulgação

O MPAM apertou o passo e colocou o prefeito Augusto Ferraz no centro de uma rede de investigações que vai do transporte escolar à merenda, passando por contratos milionários, iluminação pública e até falhas em planos para enchentes.

É pressão de todos os lados: denúncias de barcos inseguros levando crianças, merenda com problemas, notas fiscais tortas, contratos que cheiram a superfaturamento — e tudo isso empilhado com suspeitas de relações nada ortodoxas entre empresas contratadas e gente próxima do prefeito.

O Ministério Público está cruzando informações com o MPC e o TCE, e o clima é de cerco institucional total.

Nos bastidores, corre o papo de que Ferraz cogita disputar vaga na Aleam. Se isso for verdade, ele deve estar percebendo que a pré-campanha já começou — mas quem está ditando o ritmo, por enquanto, é o MP.

Da campanha ao “sumiço digital”

Advogado Flávio Cordeiro Antony Filho – Foto: Divulgação

Flávio Antony decidiu dar aquela saída de fininho da disputa pelo quinto da OAB-AM — tão fininho que até suas redes sociais ficaram limpas, brilhando, como se nunca tivesse existido candidatura alguma.

Depois de dois reveses judiciais — um na 1ª instância, outro no TRF1 — o favorito simplesmente evaporou. Deletou posts, apagou menções, tirou o número 77 da vitrine.

Se alguém abrir o perfil hoje, vai pensar que ele passou o fim de semana arrumando closet digital. Mas não: é só o efeito colateral de abandonar a corrida antes de virar meme institucional.

E assim, no melhor estilo “não estava acontecendo nada aqui”, Flávio encerra a campanha que, até outro dia, era tratada como praticamente ganha.

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