
No mês da Consciência Negra, a Central Única das Favelas (CUFA) Amazonas lança um convite à reflexão sobre o verdadeiro significado da negritude na Amazônia. Longe dos estereótipos e narrativas limitadas ao racismo, a instituição escolhe evidenciar a potência negra amazônica, uma força que se manifesta na ancestralidade, na cultura, na arte e na resiliência dos povos pretos que construíram e constroem a história da região.
Para a CUFA Amazonas, o mês de novembro é um marco de celebração, mas também de continuidade. A organização reforça que o debate sobre identidade, pertencimento e valorização da cultura negra precisa ser permanente, atravessando o ano inteiro e todas as esferas da sociedade.
“Este mês não é apenas simbólico. É um lembrete de que nossa ancestralidade, nossa arte e nossa cultura precisam estar no centro do debate público o ano inteiro. Falar de negritude na Amazônia é reconhecer o valor de quem constrói esta região com força, fé e talento todos os dias”, afirma Fabiana Carioca, vice-presidente da CUFA Amazonas.
O presidente da CUFA Amazonas, Alexey Ribeiro, ressalta que novembro é um mês emblemático para a instituição e para a cultura periférica.
“Vivemos um mês forte, que carrega o Dia da Favela (4 de novembro), o Dia Mundial do Hip-Hop (13 de novembro) e o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). A CUFA atua diariamente para evidenciar a potência negra amazônica e continuará fazendo isso. A nossa missão é transformar a narrativa sobre o que é ser preto e periférico na Amazônia.”
Presença negra no Amazonas

A presença preta na Amazônia é profunda, diversa e viva. Segundo o Censo 2022, realizado pelo IBGE, 9,9% da população da Amazônia Legal se declara preta, enquanto 65,2% se identifica como parda, mostrando que a região é formada majoritariamente por pessoas de origem afrodescendente.
Além disso, um levantamento da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e do Instituto Socioambiental (ISA) revelou que há 632 territórios quilombolas na Amazônia Legal, número 280% maior que o mapeamento oficial anterior. No Amazonas, o IBGE identificou 2.705 pessoas quilombolas em sete municípios, consolidando o estado como parte essencial da presença negra na floresta.
Esses dados revelam que a história e a identidade amazônica não podem ser dissociadas da contribuição negra, presente nas tradições, na culinária, na música, nas manifestações culturais e na resistência das comunidades.
Cultura arte e resiliência como força de futuro
A CUFA Amazonas defende que a potência negra não está apenas no passado, mas no presente e no futuro que se constrói. Está no rap que ecoa nas periferias, no grafite que colore muros, nas danças de rua, nas expressões artísticas de resistência e nas iniciativas empreendedoras que nascem das favelas.
“Ser preto na Amazônia é também ser criador. É usar a arte, a fé e o conhecimento como formas de existir e transformar. Essa é a força que queremos exaltar”, destaca Fabiana Carioca.
CUFA Amazonas
A Central Única das Favelas (CUFA) é uma organização social reconhecida nacional e internacionalmente por sua atuação em favelas e comunidades, promovendo inclusão social por meio da cultura, educação, esporte e empreendedorismo. No Amazonas, a CUFA atua em diversos territórios, fortalecendo a identidade negra e periférica e promovendo iniciativas que conectam ancestralidade e inovação.
Assessoria de Comunicação: Carolina França











