O som da Terra pede socorro: projeto musical transforma crise climática em arte na COP30

A parceria entre a Central Music, Instituto Ipê e o Museu Imaginário de História Natural traz um acervo de mais de 1 milhão de minutos da sonoridade da fauna e flora brasileira

O projeto Biosample em ação, combinando arte sonora e conscientização ambiental, com projeções que remetem à natureza – Foto: Divulgação

O Laboratório de pesquisa e composição musical Biosample, parceria da Central Music, Instituto Ipê e o Museu Imaginário de História Natural (MIHN), que tem a ecologia e as questões ambientais atuais como interface de diálogo entre a arte, ciência e a cultura tradicional, participou da COP30 com uma experiência sonora de 25 minutos que aconteceu ontem, dia 12 de novembro, no Museu de Arte de Belém (MABE), às 21h30.

“Vai ser muito importante participar da COP30 com o Biosample. A crise climática é agora e o intuito do nosso projeto é gerar conscientização de que essa natureza ‘sampleada’, tão rica e diversa, pode não estar mais aqui em um futuro próximo”, comenta Rico Manzano, responsável pela Central Music e um dos idealizadores do projeto.

Coordenado por Rico Manzano, Simone Tenório e Bruno Gari, o Biosample também integra a programação da Casa Ipê nos dias 13 e 14 de novembro, apresentando o acervo do Instituto Ipê que conta com mais de 1 milhão de minutos de sons de animais e paisagens gravadas, usados como sample para a criação de músicas.

A proposta é promover a conscientização ambiental e destacar a riqueza sonora do Brasil por meio de experiências sonoras e imersivas, fazendo da música uma potente ferramenta de comunicação na luta pela preservação da biodiversidade frente aos impactos da crise climática.

“A bioacústica é uma das ferramentas de análise de paisagem sonora por onde podemos detectar espécies existentes na paisagem. Até mesmo aquelas que não conseguimos enxergar muito facilmente. Dessa maneira, avaliamos, inclusive, qualidade de determinados fragmentos florestais e ambientes, o que é fundamental para a conservação”, complementa Simone Tenório, responsável pelo Instituto Ipê e uma das idealizadoras do projeto.

A bioacústica é uma área de estudo que permite um melhor entendimento da interação dos seres vivos com o ambiente através do som, fornecendo ferramentas valiosas para a conservação da biodiversidade, a pesquisa científica e o entendimento do mundo natural, sendo registros sonoros valiosos indicadores da presença de espécies e da qualidade ambiental dos ecossistemas monitorados em diferentes partes do mundo.

“Sabemos que o verdadeiro impacto da mudança climática no mundo só existe com a mudança de comportamento. E é no poder que a música e a cultura têm que está a nossa aposta, como agente transformador para sensibilizar a nossa e as próximas gerações sobre a importância da preservação”, finaliza Bruno Gari, responsável pelo MIHN e um dos idealizadores do projeto.

Sobre a central music

Criada em 2023 por Rico Manzano, produtor e supervisor musical, e Chico Lowndes, empresário da economia criativa, a Central Music é um hub que reúne o selo Central Records e o Estúdio Central. Localizado no centro de São Paulo, o espaço se dedica a impulsionar novos artistas e fomentar a cena musical brasileira.

Sobre o instituto ipê

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma organização brasileira sem fins lucrativos que trabalha pela conservação da biodiversidade do país, por meio de ciência, educação e negócios sustentáveis. Fundado em 1992, tem sede em Nazaré Paulista (São Paulo), onde também fica o seu centro de educação, a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.

Para o IPÊ, a conservação da biodiversidade é central para a transformação socioeconômica e o enfrentamento dos desafios climáticos. Nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e Cerrado, realiza cerca de 30 projetos ao ano, além de trabalhos relacionados a áreas Protegidas, Voluntariado para a conservação e Pesquisa & Desenvolvimento.

As ações do Instituto já foram reconhecidas por meio de 50 premiações nacionais e internacionais, entre elas o Whitley Awards, considerado o Oscar da conservação ambiental.

Sobre o mihn

O Museu Imaginário de História Natural (MIHN) é um museu itinerante dedicado à divulgação científica e à preservação ambiental, desenvolvendo projetos que transformam pesquisas científicas em experiências de arte e educação. Nossa equipe, composta por artistas, cientistas e educadores, trabalha de maneira interdisciplinar na criação de conteúdos e programas para eventos, formações e exposições.

Desde 2019, a organização tem estabelecido parcerias com diversas instituições, como o Instituto Serrapilheira, Found Sound Nation e a Fundação Getúlio Vargas, além de colaborações em pesquisas e viagens de campo com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), o IPAM e o Instituto Ipê.

O MIHN também tem apresentado seus projetos em festivais, eventos e exposições como a Oi Futuro, TEDx, Bienal de São Paulo, Virada Sustentável, Festival Kinobeat, Museu da Língua Portuguesa, entre outras iniciativas culturais.

Assessoria de comunicação: Maria Eduarda Santos, Marcos Ramos e Fernanda Burzaca

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