
Na Câmara Municipal de Borba, no Vale do Rio Madeira, a justiça anda de cabeça para baixo. A vereadora Elizabeth Maciel (Republicanos), que defendeu em plenário que “tem mulher que merece apanhar”, teve seu processo de cassação arquivado com o zelo jurídico digno de uma tese de mestrado em “como não punir aliados do prefeito”.
Já a vereadora Jéssica Caroline Góes (DC), de oposição, virou alvo de cassação por um crime gravíssimo: falar demais e fiscalizar escolas e hospitais. Um verdadeiro atentado contra a paz e a harmonia institucional da base governista.
Em Borba, o decoro parlamentar parece ter virado artigo opcional, mas só para quem é da base. Aos opositores, a guilhotina.
Cassação seletiva, edição beiradão

Enquanto a vereadora que justificou agressão contra mulheres foi absolvida com o selo de “insuficiência jurídica”, a colega de oposição, Jéssica Góes, ganhou de brinde um processo por ousar exercer o papel de fiscal do povo.
Aparentemente, em Borba, o novo manual do decoro diz o seguinte: “fiscalizar é crime, defender violência é opinião”.
A Câmara local inovou tanto que talvez mereça destaque na próxima edição da “Enciclopédia do Folclore Político do Amazonas”.
Manaus leva projeto das ecobarreiras à COP-30

A Prefeitura de Manaus vai apresentar na COP-30, em Belém (PA), o projeto das ecobarreiras instaladas nos igarapés da capital. As 12 estruturas, implementadas há menos de dois anos, retêm cerca de 300 toneladas de lixo por mês que, sem o sistema, seguiriam para o rio Negro.
A iniciativa será destacada como exemplo de ação urbana sustentável e de baixo custo, que alia resultados ambientais concretos e conscientização social. Somente no último ano, as ecobarreiras impediram que 2,8 mil toneladas de resíduos chegassem aos rios, contribuindo para a redução significativa da poluição hídrica.
Prefeitura reforça ações ambientais

Durante inspeção à ecobarreira do igarapé do Mindu, o prefeito David Almeida ressaltou que o município recolhe 78 mil toneladas de lixo por mês e que o sistema de contenção instalado nos igarapés tem papel essencial na preservação dos mananciais da cidade.
A Semulsp também anunciou a instalação de uma nova ecobarreira no igarapé 13 de Maio, no bairro Educandos, reforçando o trabalho de prevenção contra o acúmulo de resíduos e alagamentos.
Os resultados obtidos até agora serão apresentados na COP-30 como um case de gestão ambiental urbana, mostrando o compromisso de Manaus com soluções práticas e eficazes para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Lula e o verde do petróleo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ter descoberto uma nova tonalidade de verde, o verde-petróleo. Depois de posar como líder global do combate à crise climática, o petista agora defende com entusiasmo a perfuração de poços de petróleo na foz do rio Amazonas, às vésperas da COP-30, onde promete discursar sobre a “preservação do planeta”.
O New York Times, nada suspeito de ser oposição doméstica, observou o contraste entre o discurso e a prática e alertou que Lula corre o risco de “manchar a imagem do Brasil” no cenário internacional.
No roteiro do terceiro mandato, o presidente que prometeu salvar a Amazônia agora parece disposto a salvar apenas a balança comercial. Afinal, entre o verde das florestas e o verde dos dólares, a escolha parece ter sido feita.
Entre árvores e torres de perfuração
Nos bastidores de Brasília, dizem que Lula vai chegar à COP-30 com um discurso sobre sustentabilidade com cheiro de gasolina.
O presidente insiste que explorar petróleo na foz do Amazonas não contradiz sua política ambiental, mas apenas a complementa.
Afinal, ninguém melhor que o Brasil para ensinar o mundo a conciliar floresta em pé com plataforma em alto-mar. Enquanto uns falam em energia limpa, o governo parece apostar na energia “limpinha, mas só depois do refino”.











