A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) celebra, no Dia do Professor (15 de outubro), o trabalho essencial dos educadores da floresta. Mesmo diante de inúmeros desafios, estes profissionais ensinam com o coração, transformando a vida de crianças e jovens ao fortalecer a autoestima, o senso de coletividade e o respeito às tradições locais. Sua dedicação é fundamental para construir um futuro sustentável na Amazônia.
Um exemplo vivo desse compromisso educacional foi a primeira edição das Olimpíadas da Floresta. Realizado na comunidade Caiambé, a duas horas de barco de Tefé (AM), o evento reuniu 230 jovens, com idades entre 10 e 17 anos, de 28 comunidades diferentes.
Durante três dias, os participantes, divididos em nove delegações (Castanha, Maracujá, Beija-Flor, Pirarucu, Açaí, Arara Azul, Onça, Bacuri e Gavião Real), vivenciaram experiências esportivas, culturais e ambientais que reforçaram o papel do esporte como ferramenta de educação, inclusão e cidadania.
As competições envolveram modalidades tradicionais e adaptadas, como:
- Corrida
- Vôlei Misto
- Tiro com Arco
- Futebol
- Cabo de Guerra
- Corrida de Saco
Ao final, o polo Maracujá conquistou o primeiro lugar geral, em uma celebração que uniu todas as delegações.
O papel do educador além da sala de aula
Para os professores, o evento foi uma oportunidade valiosa de aprendizado prático. Márcio dos Santos Moraes, professor da comunidade Deus é Pai, destacou o valor da iniciativa:
“Para nós, professores, é uma experiência muito boa poder mostrar aos alunos que aprender não está só dentro da sala de aula. Aqui, eles compreendem na prática o que é o cuidado com o meio ambiente, o trabalho em equipe e o respeito pela natureza… Em comunidades pequenas, muitas vezes falta essa vivência, e momentos como esse reacendem a curiosidade e o entusiasmo dos alunos,” contou.
Os educadores se firmam como referências, utilizando a dedicação e a solidariedade para orientar e inspirar as novas gerações. Ao integrar esporte e educação, eles despertam o senso de pertencimento e o compromisso com o território.
A voz dos estudantes
O impacto desse trabalho é percebido na empolgação dos próprios estudantes. Luis Otávio, 15 anos, competidor do polo Castanha, traduziu o sentimento de quem participou:
“A Olimpíada foi muito legal, eu me diverti bastante e conheci muita gente boa… Aprendi que perder também faz parte da vida. A gente precisa saber lidar com isso, porque é assim que a gente cresce. Foi uma experiência incrível, que eu vou lembrar para sempre,” disse o jovem.
Guardiões do conhecimento amazônico
Valcléia Lima, superintendente geral adjunta da FAS, ressaltou que as Olimpíadas são uma oportunidade de reconhecer a dedicação e o impacto do trabalho dos educadores:
“Os professores amazônicos são verdadeiros guardiões do conhecimento. São eles que mantêm viva a curiosidade das crianças, o orgulho da cultura local e o desejo de construir um futuro melhor. Cada atividade, cada brincadeira, é uma aula sobre cidadania, solidariedade e amor pela floresta. São esses profissionais que fazem da Amazônia uma escola viva e inspiradora,” afirmou.
Realização:
As Olimpíadas da Floresta são uma iniciativa da FAS, por meio do Projeto de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas da Amazônia (Dicara). O projeto conta com o apoio de diversas empresas e instituições parceiras, como Grupo BIC, Ticket Log, Smart Modular Technologies, Instituto Motiva, Innova e Neodent, além da Prefeitura de Tefé e órgãos estaduais e associações locais.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, a melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas e a valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição apresenta resultados expressivos, como o aumento de 202% na renda média de milhares de famílias beneficiadas e a redução de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
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