Projeto revolucionário leva ciência e esperança para a educação do Médio Purus

Iniciativa, apoiada pela Fapeam, cria banco de dados, promove formação docente em comunidades no sul do Amazonas

Livro produzido com saberes locais vira arma poderosa para fortalecer escolas indígenas e do campo - Foto: Acervo da coordenadora da pesquisa, Claudina Azevedo Maximiano

Um projeto de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) criou um observatório para diagnosticar a realidade educacional das comunidades do Médio Purus, no interior do estado. A iniciativa, desenvolvida no âmbito do programa Amazônidas – Mulheres e Meninas na Ciência, busca valorizar os saberes locais e oferecer soluções para o ensino nas escolas da região.

O projeto, intitulado “Observatório em Educação do Campo/Floresta e Indígena da Região do Médio Purus (OECFIMP)”, foi coordenado pela Dra. Claudina Azevedo Maximiano, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), campus Lábrea. O trabalho envolveu o levantamento de dados e a criação de um banco de informações dos municípios de Canutama, Lábrea e Pauini, que ficam a centenas de quilômetros de Manaus.

Formação e Desafios Diários

O Observatório surgiu como uma resposta direta aos desafios enfrentados por professores, como as dificuldades logísticas para acessar as comunidades e a predominância de salas multisseriadas. Para ajudar a suprir essas necessidades, o estudo promoveu ações de formação continuada, com destaque para um curso de aperfeiçoamento voltado a professores de escolas indígenas e do campo.

As capacitações foram oferecidas em oficinas práticas, construídas a partir da vivência dos próprios educadores. Todo o material coletado foi organizado em um livro distribuído aos professores, que servirá como base para futuras intervenções e aprimoramento da educação local.

Parcerias Estratégicas e o Futuro do Projeto

Foto: Acervo da coordenadora da pesquisa, Claudina Azevedo Maximiano

O projeto foi fortalecido por uma rede de colaboração que inclui o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Ifam, comunidades locais, movimentos sociais e as secretarias municipais de Educação. Em Lábrea, essa rede se expandiu com a parceria de organizações como o Movimento de Professores Indígenas, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Apesar dos avanços, a pesquisadora Claudina Maximiano destaca a necessidade de continuidade do projeto, principalmente pela escassez de licenciaturas específicas para as realidades indígenas e do campo. O projeto, segundo ela, representa um avanço para a educação dessas comunidades ao articular pesquisa, formação docente e participação comunitária.

“A Fapeam é de fundamental importância para que possamos fazer pesquisa qualificada no Amazonas. Como equipe de pesquisadores, temos que manifestar nossa alegria de poder contar com uma fundação no estado que nos possibilita avançar no processo de fazer ciência”, afirmou a coordenadora.

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