Por Karla Albuquerque (*)
O Dia Nacional da Mulher Empresária, instituído pela Lei nº 14.545, de 4 de abril de 2023 é celebrado em 17 de agosto, vai muito além de uma data comemorativa. É um convite à reflexão e à ação. Representa o reconhecimento às mulheres que, com coragem e criatividade, têm impulsionado a economia, gerado empregos e promovido inovação — muitas vezes, superando barreiras ainda persistentes no ambiente empresarial.
No Amazonas, cerca de 30% dos pequenos negócios já são comandados por mulheres. Esses números revelam a força de quem empreende em diferentes setores, conciliando gestão, vida familiar e busca constante por qualificação. A presença feminina nos negócios não é apenas uma questão de representatividade, mas também um motor de competitividade e de desenvolvimento sustentável.
Programas e iniciativas vêm desempenhando papel fundamental nesse cenário. O Sebrae Delas, por exemplo, mobiliza e inspira empreendedoras locais. Na 5ª edição realizada em Manaus, cerca de 900 mulheres participaram — um crescimento de quase 29% em relação ao ano anterior. Já o Crédito Rosa, voltado ao fomento de negócios liderados por mulheres, investiu R$ 9 milhões em 2024, beneficiando mais de 1.600 empreendedoras no estado.
Outro destaque é o trabalho do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura do Amazonas (CMEC), ligado à Associação Comercial do Amazonas. A entidade promove capacitações e apoia mulheres empreendedoras. De acordo com o Relatório de Pesquisa – Perfil Nacional da Mulher Empreendedora, que entrevistou mais de 6.000 empreendedoras, 81,6% delas se sentem preparadas para assumir cargos de liderança.
A importância da formação voltada ao empreendedorismo também aparece na pesquisa nacional do Conselho Federal de Administração, publicada em 2023. O levantamento mostra que instituições de ensino devem investir mais em conteúdos sobre empreendedorismo, criatividade, inovação e planejamento estratégico. O estudo aponta que o empreendedorismo é o tema mais relevante na formação de futuros profissionais, citado por 38,75% dos coordenadores e professores consultados. Preparar mulheres (e homens) para empreender é, portanto, investir no futuro econômico do país.
Mais do que celebrar uma data, é preciso ampliar redes de apoio, criar espaços de diálogo e garantir que mais mulheres tenham acesso às ferramentas e oportunidades para empreender com sucesso. O fortalecimento do empreendedorismo feminino é, em última análise, o fortalecimento da própria economia e da sociedade.
(*) é Administradora e Coordenadora do Curso de Administração do Centro Universitário Martha Falcão Wyden
