Ministro da Fazenda rejeita represália econômica ao governo Trump por tarifas de 50%

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defendeu que a desoneração seja debatida no âmbito da reforma do IR, no segundo semestre - Foto: Diogo Zacarias | MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou neste sábado, 19 de julho de 2025, a existência de qualquer estudo para endurecer o controle sobre dividendos como reação às tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em nota oficial divulgada nas redes sociais, Haddad reforçou que “a adoção de medidas mais rigorosas de controle sobre os dividendos não está em consideração”. Ele também rejeitou a possibilidade de o Brasil retaliar diretamente os Estados Unidos neste momento, como chegou a ser especulado durante a semana. A declaração ocorre após intensas discussões diplomáticas desde o anúncio das tarifas por Trump.

O contexto da disputa comercial

Na semana anterior, o Presidente Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, justificando a medida por razões políticas. “Conheço o ex-presidente (Jair Bolsonaro)”, declarou Trump, em entrevista na Casa Branca. “Ele lutou muito pelo povo brasileiro… o que estão fazendo com ele é terrível.”

Trump também enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual classificou o julgamento de Bolsonaro como “uma vergonha internacional” e mencionou tratar-se de uma “Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”.

Debates internos no governo lula

Antes da declaração pública de Haddad, a imprensa noticiou que o governo Lula estudava alternativas de resposta caso as negociações diplomáticas não avançassem. Entre as opções em análise, estaria a possibilidade de limitar a remessa de dividendos de empresas norte-americanas que atuam no Brasil.

De acordo com as notícias, o Palácio do Planalto avaliava essas medidas diante da manutenção ou possível ampliação da tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, com previsão para entrar em vigor em 1º de agosto.

A postura brasileira e a Lei da reciprocidade econômica

O governo brasileiro tem evitado adotar reações diretas até o momento. Apesar disso, o presidente Lula declarou que o país é soberano e não aceitará tutela externa.

Uma nova correspondência foi encaminhada à Casa Branca nesta semana, assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro Mauro Vieira, exigindo resposta à manifestação enviada em maio. Até o momento, não houve retorno americano.

No aspecto legal, o Palácio do Planalto estuda o acionamento da Lei da Reciprocidade Econômica, regulamentada nesta semana, que autoriza o país a adotar medidas semelhantes contra nações que impuserem sanções unilaterais. Lula declarou que o uso da lei será feito “quando necessário”, indicando a intenção de buscar apoio internacional para levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). “A partir daí, se não houver solução, nós vamos entrar com a reciprocidade já a partir de 1º de agosto, quando ele começa a taxar o Brasil”, disse Lula em entrevista.

Fonte: https://revistaoeste.com/politica/haddad-nega-retaliacao-as-tarifas-de-50-de-trump/

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